segunda-feira, 12 de abril de 2021

Anões de Jardim: de onde vieram, o que fazem?

Todo mundo já topou, alguma vez, com estátuas de homenzinhos pequenos em jardins de uma casa, por exemplo. Pode até ser que você que está lendo esse texto agora, tem um no jardim de sua casa. 
Nós aqui do Partículas perguntamos: vocês sabem a origem destes seres de longa barba e capuz, gorduchinhos com carinhas felizes nesses ambientes jardinescos?
Pois a gente foi procurar saber e contamos aqui o que descobrimos.

O Anão de Jardim "viajante" do filme "O Fabuloso Destino de Amelie Poulain

É possível que se associe, primeiramente, aos gnomos - alguns até chamam essas estátuas assim - e estes seres estariam vinculados à florestas e jardins de uma forma. Mas como eles foram parar nos jardins, em formato de estátua?

Primeiramente, devemos à Roma Antiga a tradição das estátuas. Os primeiros registros delas remonta esse período e espaço histórico, e sim, os romanos colocavam estátuas de seus deuses em jardins. Assim como nos templos, se guardava com a presença dos mesmos, a proteção do lugar (contra maus espíritos), além de atração de fortuna e prosperidade futura para os que ali viviam.

Já da tradição germânica e escandinava, herdamos as estátuas de gnomos: homenzinhos pequenos que acredita-se que vivem no subsolo, ou que guardam moradia em cavernas e/ou minas. 
Os contos de fadas e sobretudo na era moderna, a Disney, moldaram o nosso imaginário com relação à figura do gnomo/anão de jardim. Homens baixos e com a barba longa, tal como, na referência dos Sete Anões:


Porém, na tradição escandinava e germânica, há outros relatos e contos que dão conta de gnomos, duendes, seres diminutos em geral de diversas formas e características, que tinham um tom ameaçador.  Um fato que coloca eles em semelhança entre si é o seguinte: são "habitantes da terra" em grande parte desse folclore mencionado. Assim, eles protegem tudo que está relacionado à terra. 

Não foi antes do Renascimento que os gnomos ganharam popularidade. A natureza mística e protetora deles passou a denotar um significado forte no cotidiano social. Chegamos então no século XVII, com a prática generalizada de colocar gnomos de barro, porcelana e até madeira, no jardim. Eles eram pintados à mão e estavam mais disseminados nas aldeias da Suíça, até se espalharem por toda a Europa. 

De forma correlata à prática romana, acreditava-se que os gnomos guardariam a proteção das casas de maus espíritos e também de intrusos. Além disso, acreditava-se que à noite, eles se movimentassem para garantirem o crescimento do jardim e também, das plantações. 


O gnomo de jardim moderno, tal como conhecemos, surgiu pela primeira vez, em meados do século XVIII, na Alemanha. Dois nomes aparecem como os primeiros fabricantes da estátua alegre de jardins: Phillip Griebel e August Heissner. Griebel teria sido o primeiro fabricante registrado, embora haja contestações à esse respeito. Parece certo dizer que ele foi um dos pioneiros e um dos mais antigos na produção das simpáticas estátuas e Heissner ficara conhecido pela produção destes em alta qualidade.

Todo folclore acabou perdendo força (e de algum modo, também perdeu sentido) com a Revolução Industrial. Algumas crenças e tradições eram típicas e muito bem colocadas na vida rural das cidades europeias. Com a Revolução, os grandes centros urbanos cresceram e muitas tradições foram deixadas de lado. 
O próprio conto de fadas foi, acidentalmente relegado ao público infantil justamente por ter perdido o espaço que era desse tipo de literatura no cotidiano das aldeias majoritariamente rurais. Um conto de fadas não tinha mais espaço num centro urbano envolto de muitas fábricas para os adultos que viviam trabalhando sem tempo para "lazer". 
Por isso também, contos de fadas tornou-se uma ferramenta pedagógica e passou a compor o banco da escola e não mais nas casas para todos os membros da família.

Esse tempo culturalmente maravilhoso ficou enfraquecido com aquele cientificamente esclarecido. Por isso, perdeu-se a crença que gnomos traziam prosperidade nas plantações ou proteção de seus jardins. Com a industrialização, perdeu sentido acreditar em folclore. Com a decadência da Primeira Guerra Mundial, gnomos de jardim tiveram uma grande queda na popularidade. 

A Disney, como já dito, trouxe eles à "moda", mas não se um significado modificado e modernizado - afinal, os anões da Branca de Neve trabalham muito na mina... 
Aos poucos, as sociedades foram colocando eles como artigo de mero enfeite nos jardins, sobretudo para nós que herdamos a presença destes simpáticos serzinhos através dos imigrantes europeus. 
Em qualquer loja de jardinagem, encontramos os mais diversos tipos... Alguns até, bem divertidos!




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Logo teremos mais curiosidades! Até a próxima!