sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

O Tempo na Idade Média: As horas do dia

Sabemos agora como foi a montagem do calendário que seguimos até hoje: 12 meses, cada um com 4 semanas e um dia de "repouso" - domingo, Dia do Senhor. (Não leu? Clique aqui). 
Mas e as malditas horas do dia? Como fracionavam esse tempo, se é que faziam isso?


Como não havia luz elétrica, as atividades - e consequentemente, o dia - terminavam assim que escurecia. As horas, então, eram calculadas a partir do pôr do sol, afinal, não haviam relógios!
Os primeiros, eram recheados de erros, e começaram a se popularizarem apenas a partir de 1300.

Na Idade Média, estava em vigor a prática romana de dividir e o dia em horas diurnas e noturnas - horae e vigiliae - sempre em grupos de três, conforme a lista abaixo.

Período da noite, quando o sol se põe:

Vigilia prima - das 18h às 21h, aproximadamente;
Secunda - das 21h a 0h;
Tertia - 0h a 3h;
Quarta - 3h a 6h.

Período do dia, ao amanhecer:

Hora tertia - das 6h a 9h;
Sexta - das 9h a 12h;
Nona - 12h a 15h;
Vespera - das 15 até o pôr do sol, por volta das 18h. 

Como já dito, sem relógios, os sinos das Igrejas eram o alarme desde o século VII: as badaladas nos tempos acima citados regulavam, no dia a dia medieval, o trabalho e a vida nos campos. Obviamente, as  horas do dia começavam mais cedo (no verão) e mais tarde (no inverno). O ponto de referência era, então o campanário dos mosteiros que batia as horas seguindo os ritmos dos monges e de suas orações.

A mattutinum - a primeira oração - acontecia por volta das três da madrugada!!!! 
Com o sol aparecendo era o momento das laudes, a segunda etapa de orações, seguida pela reza da hora tertia, por volta das 9h da manhã. Assim, se davam as orações da sexta ao 12h, da nona às 15h e da vespera às 18h. Por fim, compieta acontecia assim que anoitecesse, quando se recitava a Ave-Maria, muitas vezes acompanhada de uma badalada de sinos (sobretudo a partir do ano 1318). 
Em algumas regiões ainda mantém-se o costume: às 18 horas, as igrejas tocam sinos enquanto, por auto-falantes, padres rezam ou gravações da Ave-Maria são transmitidas para a população.  

Os minutos eram computados por instrumentos pouco precisos: relógios de sol, ampulhetas e até velas. Mas isso era irrelevante à época; a modernidade e o germe do capitalismo é que fizeram com que o tempo precisasse ser computado de forma exata - afinal, "tempo é dinheiro". 
Na Alta Idade Média, não importava tanto, ainda que se trabalhasse muito e precisasse produzir na lavoura o sustento. Isso pois, a dimensão do tempo nesse período era diverso: ele era considerado sagrado e pertencia somente a Deus.

Assim, com o advento do desenvolvimento econômico entre os séculos XI e XII e a ascensão social das chamadas classes mercantis, o lento "tempo da Igreja" se tornou o completo oposto do frenético "tempo mercante". Nesse último, era muito necessário a racionalização desse tempo: saber exatamente a duração das viagens e sobre a rapidez dos negócios, tanto comerciais, quanto empréstimos faziam as coisas acontecerem. 

Com isso, a Igreja precisou se adaptar aos novos tempos (literalmente): se antes condenava a nova filosofia - já que o tempo pertencia a Deus e era absurdo considerar objeto de lucro - passou a legitimá-la e mais que isso, legitimou também a usura - juros, arrendamentos.
Reconhecendo então que os mercadores exerciam um trabalho indispensável para a Cristandade, isto é,  a disponibilização de recursos, os mercadores também, pagavam seu pecados - literalmente - com côngruas (pensões pagas aos párocos para seu sustento), esmolas e heranças à Igreja Católica. Por causa dos mercadores é que se inventou a ideia de Purgatório, inclusive.
Nada como dar tempo ao tempo, não é mesmo? 

(Fonte base para o texto: "A Vida Secreta da Idade Média" de Elena Percivaldi)

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segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

O Tempo na Idade Média: calendário

Há quem faça pouco das festas de virada de ano. A celebração do Réveillon em si não deixa de ser uma coisa realmente engraçada: comemora-se a volta completa do Sol em torno da Terra.
Os "chatos" argumentam sobre isso, pois não gostam de festejar. Ou até gostam, mas são implicantes e preferem fiscalizar a vida alheia, se incomodando com a alegria dos outros. 
De todo modo, pode-se dizer algo em favor deles: Esse ciclo (do Sol em torno da Terra) é iminente; irá acontecer, quer estejamos dormindo na nossa cama no dia 31 de dezembro para 01 de janeiro, quer estejamos acordados dançando loucamente, músicas de qualidade duvidosa, com amigos e familiares, todos (bem) "lubrificados". 

Deveríamos ter abandonado o costume quase ritualístico dessa passagem (como vimos, não era bem assim noutros períodos históricos, que sequer tinham uma definição de calendário), uma vez que a civilização já deixou de praticar muitos ritos tribais, por exemplo. Se fôssemos ainda sociedades primitivas e não tivéssemos a ciência avançada, justificava-se. Temos um calendário padronizado seguido por boa parte do mundo e então, de uma forma ou de outra, poderia ter sido uma prática que, com o tempo, acabasse sendo naturalizada.
Mas não é bem assim. O pessoal se apegou à essas festas desse tipo muito mais como um jeito de extravasarem do que necessariamente se colocarem como um momento de reflexão sobre o seu significado. Se é um ciclo de uma volta completada do Sol em torno da Terra, porque não usar a data da passagem para, efetivamente, fazer uma autoavaliação de conduta e renovar as energias para um ano novo, sendo uma pessoa melhor? Sim, as pessoas fazem as promessas, mas colocar em prática são outros quinhentos...

Na postagem anterior, contamos algumas curiosidades sobre festividades como Natal, Fim de Ano e Carnaval, e ressaltamos que o tempo na Idade Média, era diverso. 
Vamos falar sobre isso, hoje? Então, nos acompanhem!

Neste período, os anos transcorriam de forma bem entendiante. Imaginem: sem TV, sem Internet... Ah, que tédio!... Mas não por isso, o tempo era bem monótono na Idade Média, principalmente para a gente comum. Ao contrário das classes cultas (que eram minoria) e dos eclesiásticos, o povo do campo, por sua vez, não tinham noção clara de como medirem o tempo. E mais que isso: era bastante difícil computá-lo. 

Se, na era romana, o ponto de partida para a contagem dos anos era a fundação da Urbe - fixada pelo erudito Varrão no dia 21 de abril de 753 a.C. - a partir do século VI popularizou-se o sistema elaborado pelo monge Dionísio, o Exíguo.

Dionísio (foto ao lado - c. 470-544) não era só monge, era jurista de direito canônico, escritor, tradutor e, no caso, matemático. Seus cálculos formalizaram um sistema que estabeleceu o nascimento de Cristo no dia 25 de dezembro do ano 753 ab Urbe condita (da fundação de Roma).
Mesmo que esse cálculo do início da chamada "nova era cristã" tenha sido reconhecido depois como errado e atrasado em quatro ou cinco anos em relação ao efetivo nascimento de Jesus, esse sistema é o que se impôs no Ocidente por volta do século X e continua sendo seguido até hoje. 

Vale lembrar que havia outras culturas que seguiam um calendários próprio, diferente do cristão. O calendário chinês vem a nossa mente, instantaneamente, e eles ainda seguem o calendário de sua própria tradição. No último dia 12 de fevereiro, os chineses comemoraram o início do ano 2021 sob um novo regente: o Boi de Metal. Ele representa ordem, adaptação, e disciplina. (Tudo que precisamos depois do atribulado 2020, não é?) 
Mas os árabes, por exemplo, contavam os anos a partir da fuga de Maomé da Meca, ocorrida no 16 de junho de 622, segundo uma tradição que se implementou a partir do ano 640 d.C. 

Mas, afinal de contas, como era o calendário usado no Ocidente na era Medieval? 

Combinando o calendário introduzido por Júlio César no século I a.C. - que dividia o ano em 12 meses - com o calendário hebraico, na qual os cristão adotaram a divisão em semanas e a importância da Páscoa, ou Pesach, que em hebraico significa "passagem", temos finalmente o contagem de tempo que seguimos desde então.
Dos hebreus também adotou-se um dia da semana dedicado ao repouso: para eles, era o shabbat - sábado. Mas o Imperador Constantino preferiu o domingo - dies domenica, o conhecido "Dia do Senhor". 

Já o primeiro dia do ano então, variava conforme o lugar. Por exemplo, o esquema de circuncisão de Jesus - que fazia o ano iniciar-se no 1º de janeiro - era usado na Roma Imperial. Na República de Veneza, em vigor até 1797, o início do ano era no dia 01 de março. O calendário seguido pelas regiões de Pisa e Florença previam o começo do ano no dia 25 de março. O mais difundido no noroeste da Península Itálica (como a Lombardia) coincidia com o Natal: 25 de dezembro. 
O bizantino era ainda "mais diferente": o ano se inciava no dia 01 de setembro e foi usado o mesmo esquema no Império do Oriente e na Rússia. 

Todos os calendários, no entanto, giravam em torno da figura de Jesus Cristo e da comemoração dos principais eventos de sua vida terrena. 
Nesse caso, Pentecostes - a descida do Espírito Santo sobre os apóstolos e o início de sua missão - e Corpus Christi, cuja celebração foi criada a partir do ano 1246, eram fundamentais. 
O calendário cristão também lembrava santos e mortos, além de incluir outras festividades de matriz, digamos, profanas - como recordado no post anterior - que acontecia com fusão ou resquícios pagãos, como aqueles ritos baseados em colheitas. 

No próximo post, contaremos como era a divisão das horas do dia. Até lá!
 

(Fonte base para o texto: "A Vida Secreta da Idade Média" de Elena Percivaldi)

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sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

Festividades na Idade Média: Natal, "Ano Novo" e Carnaval

Para as classes populares na Idade Média (período da História entre 476 a 1453 d.C.) uma pausa no trabalho era uma coisa impensável. Férias, como entendemos hoje, não existia ainda, mas haviam algumas festas que não poderiam deixar de ser celebradas dignamente se não fosse como uma espécie de folga. 
Depois do nosso feriado de Carnaval, vamos comentar mais ou menos como era essa festividade neste período histórico, na postagem de hoje.


Como se sabe, as celebrações na Europa sobretudo após a Antiguidade, eram tomadas por práticas pagãs e boa parte dos ritos sagrados cristãos eram muito diferentes de hoje. Alguns eram adaptados com aspectos propositais de ordem pagã, claro, para garantir que fossem perpetrados. Outros, foram substituídos por festividades específicas, modificados ao longo do tempo. 

Por exemplo, o Natal. Este não soava muito diferente do nosso. No período ainda inconsistente em termos de data - do que seria o 25 de dezembro (em outra postagem falaremos de como se marcava o tempo na Idade Média) - no campo, se matava um porco e jogava-se dados. Essa última questão era uma distração fortemente condenada por pregadores.
Mas não pensem que era só isso: por tradição também se assistia à todas as missas da noite. A refeição também fazia um papel importante na celebração - por isso, ainda há, talvez como herança, a prática de nos esbaldarmos com a ceia. 
De acordo com Jean Verdon (medievalista francês), "decora-se a casa e vestem-se roupas novas". Parece o nosso famoso "se arrumar para ficar na sala" - que também acontece, em alguns casos, no Réveillon. 

E por falar no primeiro dia de janeiro (que como veremos, em outra postagem, não coincidia para todos com o primeiro dia do ano) era festejado com ritos bem pagãos: banquetes, é claro - mesas fartas até tarde e muita bebida. Normal, não é? De acréscimo, já quase na área do Carnaval, o pessoal usava  fantasias - máscaras de bezerros, de cervos - que eram comuns nessa ocasião. Além disso, havia também a troca de presentes!! Seria o "amigo oculto" da Idade Média??? 

Comentando sobre as fantasias, não é tão difícil pensar que as festividades tinham alguma origem pagã, sobretudo, céltica, nestas celebrações cristãs, como duas premissas que se fundiram. Por trás da ideia da máscara de cervo por exemplo, parece ser uma referência ao deus Cernuno (representado na imagem abaixo), o espírito em forma de divindade dos animais machos com chifres e também um deus céltico associado à natureza, à reprodução e à fertilidade. 

Ainda no fim da Idade Média era comum que no dia 1º de janeiro as pessoas se fantasiassem e "enlouquecessem" festejando. Por ocasião da Epifania - ou Dia de Reis - preparava-se uma suntuosa torta na qual era inserida uma fava: quem a encontrava era o rei da festa. 
Vamos ponderar aqui que essa torta evoluiu para o "Pavê ou pacumê" dos tiozões medievais, rsrsrs...

Brincadeiras à parte, entre as festas mais populares e difundidas desses período estava, sem dúvida, o Carnaval. O termo em latim parece derivar de carmen levare, ou seja, "abolir a carne". Na origem, não havia nenhuma relação especificamente com fantasias-se, festejar até não aguentar mais, que estamos costumados. Era simplesmente se deliciar com pratadas e pratadas de carne, pela última vez, antes da quaresma. 
Mas um antecessor do Carnaval é mais antigo que a era cristã. O indício foi encontrado na Saturnalia dos romanos - festas dedicadas ao deus Saturno - com brincadeiras, libações e também, troca de presentes. Nessa prática (que havia também sacrifícios) na maioria das vezes, acabava em excessos (olha só!) perigosos, a considerar que tudo era permitido, inclusive (preparem-se!) a troca de papéis, com as pessoas vestindo roupas alheias, caracterizando popularmente como as "festas dos loucos". 

Obviamente, com o advento do cristianismo, o Carnaval continuou a ser celebrado, mas perdeu o seu significado ritualístico, e acabando por ser muito criticado pelo clero que via na folia do povo um grande festejo recheado de problemas: propensão à lascívia e imoralidade, e subversão constituída. 
Errados não estavam...

Assim, o Carnaval - com a carga de irreverência que continha - se contrapunha à formas religiosas oficiais. Com a entrega ao riso, a loucura, a gozação e a abundância, isso era visto pelas autoridades eclesiásticas como algo muito semelhante aos tempos pagãos e portanto, indissociável aos costumes cristãos. Mas o porque ele era tão amado pelo povo, (e de alguma forma, ainda é, por muita gente)? 
Pois é simples: no festejo, até os mais pobres poderiam emancipar-se, esquecerem, por um momento a própria situação, e se transformarem "em outros" através das máscaras/fantasias.
Não é essa a premissa dos defensores do nosso Carnaval?

Com um tempo, até a Igreja começou a aceitar essa festividade, percebendo que era uma válvula de escape e vitalidade popular, capaz de neutralizar as tensões sociais e energias subversivas. Mas, claro, era necessário por um freio nesse "libera geral": a quaresma chegaria logo depois, impondo (como o nome diz) quarenta dias de oração, penitência, e mortificação em preparação para a Páscoa. O jejum - abstinência de carne e vinho, e na época, a redução das refeições para uma só por dia - foi teorizada nos primeiros séculos do cristianismo e, salvo algumas sutis mudanças, permanece como prática rigorosamente aceita entre os católicos, nos nossos tempos.  

(Fonte base para o texto: "A Vida Secreta da Idade Média" de Elena Percivaldi)

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segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

Dor de cotovelo? Talvez tenhamos a solução!!

 Vocês já se perguntaram de onde vem a expressão "dor de cotovelo"?

Talvez até ela esteja em desuso, e por isso, vamos explicar primeiro (aos inevitavelmente jovens) do que se trata:
Dor de cotovelo é uma expressão utilizada para designar o despeito provocado pelo ciúme ou a tristeza de se ter sofrido alguma decepção amorosa. Quando uma pessoa se apaixona por outra e não é correspondida, costuma-se dizer que o sentimento/reação provocada nela ao ver a amada figura com outro ou outra, é sentir "dor de cotovelo".

Mas o que isso teria a ver? Não seria dor no peito, já que comumente se associa a paixão ao nosso órgão vital, o coração? Por incrível que pareça, não. A origem da expressão está totalmente no visual, na manifestação do corpo em si: quando alguém sofre de desilusão amorosa, ela se coloca em algum lugar com os cotovelos apoiados numa mesa ou num balcão, com alguma expressão de desânimo e infelicidade. Por exemplo: a clássica cena de alguém sentado em um bar, com os cotovelos apoiados no balcão enquanto mexe uma bebida do copo e chora o amor que perdeu para o garçom ou um qualquer que lhe faz companhia. Conseguiram visualizar? Pois é isso mesmo!
Fisicamente, passando um tempo grande apoiado(a) com os cotovelos, emburrado(a) e infeliz, a consequência é ficar com dor nos cotovelos. Daí a expressão.

Consta-se também que a expressão está nos principais dicionários de língua portuguesa, e que se difundiu graças ao sambista Lupicínio Rodrigues. Lupe, como era conhecido, dizem ter sido um mulherengo incorrigível, mas soube usar esse "dom" para produzir a sua arte: suas diversas desilusões amorosas foram as principais inspirações para compor suas músicas.

Como praticamente todas as canções dele, mencionavam "dor de cotovelo", tiramos um exemplo para vocês: "Cadeira Vazia" - cuja letra fala de uma moça que abandonou o rapaz, mas voltou arrependida para ele:

 

Lupe (segundo a página do Aventuras na História) costumava classificar sua dor de cotovelo em três categorias, conforme a intensidade: 

► A federal, que sempre acabava em um porre; 

► A estadual, suportável; 

►E a municipal, não rendia sequer um samba - isto é, rápida e , por assim dizer, irrelevante.

As editoras do Partículas da Curiosidade pede desculpas, afinal prometemos no título, a solução para a dor de cotovelo... Mas vamos ficar devendo essa, rsrsrs... 

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sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

Um trio de danadinhos: Charles Chaplin, Mary Shelley e Lyndon B. Johnson

Qual personalidade que não gosta de uma ‘travessura’? Há muitos ‘safadinhos’ no mundo do cinema, da literatura, da política, em sua, em todo lugar, não é mesmo?!

Por isso, destacamos 3 ‘danadinhos’ aqui hoje: Charles Chaplin, Mary Shelley e Lyndon B. Johnson. Divirtam-se!

Um dos primeiros 'workaholics' do cinema, Charles Chaplin (foto abaixo)  simplesmente não parava. 

Mesmo trabalhando muito, Chaplin tinha tempo para outras 'cositas': o ator-diretor tinha uma vida sexual intensa e pouco ortodoxa - gostava de fazer sexo quando estava... chateado!

O artista mais celebrado da era do cinema mudo, notabilizado pelo uso de mímica e da 'comédia pastelão', era sem dúvida um homem de energia invulgar, tanto artística quanto física. Imagina só!

Chaplin teria batizado seu pênis de "oitava maravilha do mundo" — devido (supostamente) ser de tamanho avantajado. Ok, então... Se ele disse... 

Há muitos comentários também sobre a sua preferência por garotas jovens! O resultado disso foram quatro casamentos, três com moças adolescentes, 11 filhos, e uma boa e generosa quantidade de amantes. Milfred Harris, uma menina de 14 anos de idade foi sua primeira protegida. A ela, Chaplin prometeu o estrelato. A menina que não era nada boba, deu o golpe famoso, simulando gravidez e conseguindo armar um casamento. O que ela não teria contado nos planos é que isso não seguraria Chaplin por muito tempo: o casamento não durou, e ele logo se interessou por Lita Grey, que tinha 16 anos. 

A vida sexual de Chaplin ainda contou com outras dezenas parceiras de cama, jovens e influentes no cinema, entre atrizes, donas de produtoras de cinema e até mesmo a prima de Winston Churchill!!!

Que fogo, homem!!

***

A escritora Mary Shelley (foto abaixo) nos é conhecida como a autora de “Frankenstein”, e assim como Chaplin, é a mais recatada dos nossos três personagens, mas tem lá sua fama de safadinha...

Dizem que ela perdeu a virgindade sobre o túmulo de sua mãe. Bom, se isso é boato, ou não, de alguma forma, a fama correu.

E você sabia que, quando Mary começou a namorar o poeta Percy Shelley, ele era casado? E que ela tinha apenas 17 anos? Então! Os dois se casaram após a esposa do rapaz ser encontrada morta em um lago, depois de ter desaparecido por semanas. As causas da morte permanecem em mistério até hoje. Mas muitas teorias conspiratórias da época sugeriam um possível crime passional, já que Mary já se relacionava com Percy há algum tempo. No entanto, não existe nenhum indício nesse sentido. Apenas que o povo fala, e fala mesmo!

E vocês sabem como surgiu a ideia do livro ‘Frankenstein’? Mesmo que você já conheça a historia, eis que relatam: O casal costumava viajar com grupos de amigos. Certa vez, passando o feriado de verão em Genebra, na Suíça, em 1816, Mary e Percy Shelley, John Polidori e Lord Byron (ver aqui a postagem sobre ele) começaram a discutir teorias a respeito do sobrenatural. Dessas discussões surgiu a ideia de uma competição entre eles para ver quem escrevia a melhor história de terror. Shelley concebeu então, um conto: 'Frankenstein, ou o Prometeu moderno'. 

A primeira edição de 'Frankenstein' foi publicada, anonimamente, em 1818, quando Shelly tinha apenas 21 anos. Ela teria terminado de editar o livro aos 19!

***

O título do mais despudorado dos três fica para o presidente dos Estados Unidos, Lyndon B. Johnson (foto abaixo).

O ex-presidente chamava seu chamava seu pênis de “Jumbo” e fazia questão de mostrá-lo para todo mundo, sem o menor pudor. Exibicionismo exacerbado é doença, moço!

E paramos por aí? Claro que não!  Contam que ele também tinha o costume de “fazer o nº 2” com a porta do banheiro aberta – e isso em plena Casa Branca!

Intimidade é um problema! Ou seria falta de bom senso mesmo?!

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segunda-feira, 8 de fevereiro de 2021

Conhecimento pode matar

Todos se lembram do romance de Umberto Eco, 'O nome da rosa', ambientado em um mosteiro medieval (foto abaixo), não é? 

Relembrando: a narrativa gira em torno de um livro que 'envenena' quem o consulta: basta umedecer o dedo com a saliva para facilitar virar as páginas de um pergaminho e a tinta com que o texto foi escrito libera seus efeitos mortíferos no leitor. Isso, na ficção literária, claro! 

Mas se engana aquele que se acha que isso está totalmente distante da realidade! Sim, a escrita pode matar!

Uma recentíssima pesquisa da Syddansk Universitet (Universidade do Sul da Dinamarca) publicada no Journal of Archaeological Science, demonstrou que muitos monges sepultados nos claustros da abadia cisterciense de Øm (na Dinamarca) teriam morrido em decorrência da exposição a elevada quantidade de mercúrio contido em uma das tintas que utilizavam para escrever e decorar os códices ornados, o vermelho. 

Como isso era perigoso? Acompanhem conosco: Na prática, para manter apontada a pena, de vez em quando a lambiam, assimilando assim, por meio da saliva, o súlfur de mercúrio presente no cinabre, isto é, ao transferir para a página o belo vermelho vivo obtido com o mineral, não podiam suspeitar que estavam assinando, lentamente, sua própria condenação à morte. 

Umberto Eco foi um escritor sagaz! Ele tomou uma licença poética perfeitamente possível (claro, sem a questão criminosa...) e fez dele uma narrativa excelente. (Por sinal, o livro - e o filme - são altamente recomendados!)

Se você costuma lamber o dedo para passar a página, é o momento de perder esse hábito! Pode haver alguma toxina ruim ali para ser o organismo (além de ser um pouco anti-higiênico também...)

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sexta-feira, 5 de fevereiro de 2021

Michelangelo: calma, rapaz!!!

O quê o famoso pintor, escultor, poeta e arquiteto italiano Michelangelo (foto abaixo) tinha de talento nas artes, ele tinha de nutrir rivalidades bobas!

Acreditem!

Michelangelo di Lodovico Buonarroti Simoni ou simplesmente Michelangelo era trabalhador, celibatário e (dizem...) detestava Leonardo da Vinci! (ver a postagem sobre da Vinci aqui)

A técnica da pintura não era a única diferença entre os dois artistas italianos. Relatos históricos descrevem os homens como rivais artísticos, provocando um ao outro em seus métodos. Michelangelo teria insultado Leonardo por sua incapacidade de concluir certas obras (principalmente o seu famoso cavalo); e Leonardo, por sua vez, o criticava seu oponente por usar uma musculatura exagerada em suas esculturas.

A rixa era tão ferrenha, contam que, certa vez, Michelangelo chegou a xingar e provocar da Vinci ao vê-lo na rua. Imagina que barraqueiro!

Acredita-se que as vestes e maneiras suntuosas do autor de ‘Mona Lisa’, assim como sua (suposta) homossexualidade, possam ter irritado Michelangelo. 

Que isso, rapazes?! Vamos fazer as pazes!

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segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021

Karl Marx: é caos!!!

Todo mundo conhece Karl Marx (foto abaixo), o coautor de várias obras, entre elas 'O Manifesto Comunista' - aquele que todo mundo cita, alguns amam de paixão, mas são os primeiros a não praticar uma linha do que está escrito lá, sabem? Pois é... Mas não é sobre isso que falaremos aqui...

Embora seja considerado um dos teóricos mais influentes do século 20, sua vida pessoal era cheia de caos e desordem. 

Em partes era por conta de sua terrível situação financeira, que resultou em grande parte na expulsão de sua família da França, por causa de seus escritos políticos e parcialmente por causa de sua personalidade... Sim, Marx trabalhava intensamente, mas tinha apenas momentos de produtividade que eram muitas vezes seguidas por crises de exaustão, doenças, prazos não cumpridos e certa procrastinação. 

Marx muitas vezes iniciava um trabalho apenas para largá-lo na metade quando queria começar uma outra coisa. 

O caos interior do filósofo, no entanto, é exemplificado pela suposta maneira compulsiva com que ele gerava ideias para suas obras, isto é, acredita-se que ele pensava mais rápido do que efetivamente conseguia em produção. Marx colocava uma ideia no papel e, em seguida, se levantava e começava a caminhar ao redor de sua mesa freneticamente. Quando outra ideia eventualmente o atingia, ele se sentava rapidamente, a escrevia, e então começava o processo novamente. 

Assim, não era de se esperar que Marx costumasse entrar em colapso por exaustão!...

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