segunda-feira, 31 de agosto de 2020

Immanuel Kant – Rotina: uma qualidade de vida!

O filósofo prussiano Immanuel Kant fazia da obsessão um estilo de vida.
Além de ser apontado como um famoso hipocondríaco, o filósofo também tinha fama de seguir uma rotina impecável. Exagero? Nem um pouco! Acompanhem:

De 1783, quando comprou uma casa, até 1804, o ano de sua morte, Kant fez sempre as mesmas coisas, nos mesmos horários, todos os dias. 

Ele acordava antes da 5hs da manhã, tomava chá e fumava seu cachimbo. Depois escrevia até às 7hs, dava aulas até às 11hs e então voltava a escrever até às 13hs. A partir desse horário, Kant (foto abaixo) almoçava e fazia sua caminhada no centro da cidade de Konigsberg. Uma tortura para quem odeia rotina, mas uma sugestão muito eficiente para quem gosta de otimizar o tempo.

A regularidade era tanta que os vizinhos diziam que ajustavam seus relógios a partir do filósofo. Sua pontualidade faria com que o Big Ben (relógio) ficasse no chinelo, rsrsrsrs...

A rotina de Kant era tão notável que a rua por onde ele passava ficou conhecida como “The Philosopher’s Walk” (O Caminho do Filósofo, em tradução livre). 

Ao verem fisicamente Kant, muitos tinham impressão de fragilidade. O filósofo era magro, tinha um pequeno porte, peito e ombros delicados e estreitos. Provavelmente, não fosse uma rigorosa disciplina de vida, que incluía desde horários até a alimentação e o repouso, o filósofo não teria vivido tanto. Médicos e amigos próximos reconheciam tais rigores.

Por aproximadamente 15 anos Kant trabalhou como livre docente. Ou seja, o filósofo ministrava cursos livres que eram custeados diretamente pelos estudantes e o descreveram como: "as palavras fluíam dos seus lábios, ele tinha graça, humor" (mas estudar a partir de seus escritos, não é "bolinho", rsrsrs...)

Aos 79 anos de idade, Kant faleceu, após prolongadas doenças que apresentava sintomas semelhantes ao Mal de Alzheimer: O filósofo já não reconhecia os amigos íntimos e não conseguia conectar raciocínios, nem mesmo os mais simples.
Justamente um grande pensador, foi privado disso no fim... Que ironia do destino!

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sexta-feira, 28 de agosto de 2020

O quê se sabe de Galileu Galilei?

Galileu Galilei - um dos maiores cientistas e astrônomos já conhecidos - é frequentemente lembrado pelo seu icônico experimento, no qual teria jogado dois objetos, de pesos diferentes, do alto da Torre de Pisa (Itália). O intuito do experimento era conferir qual objeto chegaria mais rápido ao chão. 
O que surpreende é que Galileu nunca chegou a fazer esse experimento na Torre!!! Ele não passa de uma lenda repetida até os dias de hoje, pois não existe nenhum documento comprovando a realização desse teste no local, nem mesmo uma simples menção de que tivesse tentado.

Vamos às outras historietas sobre o "Gali-gali"?

Ele nasceu na cidade de Pisa em 1564 e era o mais velho de sete filhos do casal Vicenzo Galilei e Giulia Ammanati di Pesci.

Galileu Galilei acreditava fielmente na teoria de Nicolau Copérnico (Heliocentrismo) (veja a postagem aqui), que afirmava que a Terra não era o centro do Universo.
Mas, uma vez que essa teoria batia de frente com os dogmas da Igreja Católica, ele sofreu dois processos, apesar de nutrir grande amizade com o papa da época e com o Cardeal Roberto Bellarmino. Além de ser obrigado a negá-la em público, ele foi obrigado a passar o resto da vida em prisão domiciliar.

Apesar de ter um senso científico forte para a época, e não se apegar às crenças na ciência, ele não acreditava na teoria de Johannes Kepler de que a Lua era responsável pelo efeito de marés. Nem com os sujeitos da ciência tudo é perfeito!

Embora muita gente ache que o Galileu criou o telescópio, isso é outro equívoco. Galileu apenas aperfeiçoou o instrumento usando lentes mais potentes e aumentando o seu poder de ampliação. Ele conseguiu fazer isso sem nem ao menos ter visto um telescópio antes, de fato. No entanto o objeto mesmo foi inventado em 1608, na Holanda, por Hans Lippershey.

Galileu (foto ao lado) já compreendia muito bem que o tempo e o espaço são relativos (e entrelaçados), de modo que a sua percepção de movimento tem a ver com o seu próprio movimento. Duzentos e cinquenta anos depois, essas ideias seriam uma base para o jovem Einstein aprofundar a sua, hoje tão conhecida, Teoria da Relatividade. Ele não escreveu exatamente do mesmo jeito que Einstein, nem se aprofundou muito, mas havia esboços sobre o assunto que, talvez, deram a Albert "insights" para os seus estudos.

Galileu nunca se casou porque em sua época era um costume tradicional que estudiosos permanecessem solteiros. Mas mesmo assim, ele teve um relacionamento muito próximo com uma mulher de Veneza (Marina Gâmbia), e juntos eles tiveram três filhos. 

Galileu foi um alaudista bem sucedido e aprendeu a arte com seu pai, Vincenzo Galilei, um compositor e músico teórico por formação. Muitas das composições de seu pai sobreviveram até hoje e podem ser encontradas, inclusive, em CD (mas duvido que tenha no Spotify...rsrsrsrs...)

William Shakespeare e Galileu nasceram no mesmo ano (1564), e embora Shakespeare tenha morrido 26 anos antes do cientista, ele ainda teve tempo de fazer uma referência em uma das suas últimas a aquela que pode ser uma das maiores descobertas de Galileu: as quatro luas circulando Júpiter. No ato final da peça "Cimbelino", o deus Júpiter desce dos céus com quatro espíritos dançando ao redor dele. Pode ter sido uma mera coincidência, mas também pode ter sido uma inspiração metafórica e poética até.... 

No último ano de sua vida, Galileu estava totalmente cego e projetou um mecanismo de escape para um relógio de pêndulo que ficou conhecido como "escapamento de Galileu". Foi o design mais antigo de um relógio de pêndulo já registrado. Como estava cego, Galileu descreveu o dispositivo para seu filho, que o desenhou.

Em 1642, em Florença, Galileu Galilei morreu. Ele estava com 78 anos e seus escritos foram publicados somente 60 anos depois da sua morte, em virtude da censura imposta pelas autoridades eclesiásticas.
Por causa da acusação e julgamento de heresia, o Vaticano não permitiu que seus restos mortais fossem enterrados junto aos de seus familiares.
Um século depois, quando sua situação perante a Igreja havia melhorado, ele foi transferido para sua localização atual, isto é, na capela-mor da Basílica de Santa Cruz, em Florença. 

Durante esse processo, admiradores roubaram três dedos, um dente e uma vértebra do falecido italiano (minha nossa...!). Um dos dedos acabou em exposição no Museu da História da Ciência, em Florença ('Museo Galileo'), na Itália. As outras partes estavam sob guarda particular até 2009, quando o museu resolveu requisitá-las, para que se mantivessem em segurança. A vértebra pertence à Universidade de Pádua, mas não está em exposição. O coitado não teve sossego nem depois de morto?!?...

Em 1992, o Papa João Paulo II escreveu uma declaração oficial admitindo o erro na perseguição da Igreja a Galileu. Porém, a declaração culpava os consultores e funcionários que trabalharam no caso, e não o Papa Urbano VIII em si, que foi quem presidiu o julgamento. A acusação de heresia também não foi retirada... 
Ai ai...


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quarta-feira, 26 de agosto de 2020

Pitágoras, cuidado com os feijões!

O matemático grego Pitágoras criou o famoso teorema que leva seu nome e foi também um grande filósofo e astrônomo. Ele também era um sujeito estranho... 

Pitágoras (foto abaixo) defendia a filosofia do vegetarianismo, ou seja, envolvia uma série de proibições alimentares que incluíam carne de animais não sacrificados, como peixes e aves. 

Apesar de respeitar muito o estilo de alimentação saudável, sua alimentação eliminava... feijões. 
Além de não comer, ele impedia seus seguidores e aprendizes de comê-los ou sequer tocá-los. Não se sabe se a decisão do matemático e filósofo tinha ou não a ver com questões de saúde.

Porém, de acordo com relatos, ele achava que se um feijão fosse enterrado, depois de 40 dias, então este adotaria uma forma humana e, portanto, se alguém comesse esse alimento, estaria na verdade consumindo uma vida. Mas, oi?

Além disso, ele também acreditava na transmigração das almas. Ou seja, todo animal - ou mesmo o próprio feijão - teve um dia a alma de um homem. Ainda bem que ele não conheceu a nossa feijoada...!

Curiosamente, uma lenda diz que o infeliz grão foi parcialmente um dos culpados pela morte de Pitágoras. 
Depois de ser expulso de sua casa por inimigos “antipitagóricos”, ele se deparou com um campo de feijão, onde supostamente decidiu que preferia morrer a entrar lá. 
Encurralado, os inimigos cortaram a sua garganta. Entretanto, os registros históricos não mostram uma razão clara para os ataques. 

Fora isso, Píti era sábio: houve outra ideia meio estranha que, no entanto, era acertada. Naquela época ninguém achava que a Terra pudesse ser redonda, mas ele sim.!
Até aí tudo bem, certo? Errado! Pitágoras, dizia que era redonda, mas propôs que a Terra era um balão suspenso no espaço.

E nós achando que a história do feijão era estranha...! #sabedenadainocente

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segunda-feira, 24 de agosto de 2020

Pedro Álvares Cabral afirma: "A culpa não é minha! Quando cheguei, já estava assim!"

Pouco de sabe a respeito de Pedro Álvares Cabral antes ou até mesmo depois da “descoberta” do Brasil. As informações disponíveis são poucas e algumas não foram relatadas ou foram perdidas, durante o tempo.

Porém, destacamos determinadas curiosidades de Pedrinho:

➤ Cabral nasceu no vilarejo de Belmonte em 1467 ou 1468 (o ano é incerto). Assim, ele tinha entre 32 e 33 anos quando “descobriu” o Brasil, em 1500. 
Foi batizado como Pedro Álvares Gouveia. Supostamente, após a morte de seu irmão mais velho, houve a troca do sobrenome de sua mãe (D. Isabel Gouveia) e começou a usar o sobrenome de seu pai (Fernão Cabral).

➤ A lenda conta que a família Cabral é descendente de Carano, o primeiro rei da Macedônia, que governou a região por volta do ano 1100 a.C. Carano, por sua vez, seria descendente de sétima geração do semideus grego Hércules (whaaaaat?!). Apesar da linhagem nobre que possuía, Cabral recebeu o título de 'Moço Fidalgo' do rei D. João II, quando tinha apenas 17 anos.
Recebeu a importante ordem de cavaleiros – Ordem de Cristo – em 1494. 

➤ Pedrinho (foto abaixo) que de 'inho' não tinha nada, era forte e tinha cerca de 1,90 m de altura. Educou-se em humanidades (coitado! hahahaha...) e foi treinado para lutar e pegar em armas. Era descrito como culto, generoso, humilde, prudente, bastante educado e tolerante com os inimigos... Mas, era também extremamente vaidoso e preocupado para provar seu titulo de nobreza e posição.

➤ Em 1500, foi nomeado para chefiar uma expedição à Índia, contornando a África. 
Os historiadores não sabem ao certo por que ele foi escolhido para ser o líder da expedição, já que existiam outros navegadores mais experientes que ele, como Bartolomeu Dias (um dos outros 3 capitães da expedição).
Em tese, o objetivo era seguir a rota recém-inaugurada por Vasco da Gama e estabelecer relações diplomáticas/comerciais na Índia (especiarias), assim rompendo o monopólio dos italianos, turcos e árabes.
Há quem afirme, também, que as intenções da coroa portuguesa e de Cabral eram de expandir as crenças católicas e impedir que os mouros conseguissem implementar suas crenças muçulmanas. Prioridades veladas, não é mesmo? Quem nunca?

➤ O pagamento de Pedro Álvares Cabral foi o equivalente a 35 quilos de ouro. Ele também poderia comprar e vender 30 toneladas de pimenta e 10 caixas de outra especiaria. Um marinheiro comum, por sua vez, ganhava 1/1000 mensalmente, além de 10 quintais de pimenta. Olha a exploração desde... sempre!

➤ Estudiosos indagam se a “descoberta” do Brasil foi ou não intencional. Não há provas conclusivas que sugerem o propósito. O próprio D. Pedro II levantou a hipótese de que a “descoberta” do Brasil não ter sido acidental, com Cabral sabendo que poderia existir alguma terra inexplorada a oeste da África. Porém, sabe-se que a frota de Cabral, das 13 que partiram de Portugal, realizou o famoso desvio da costa africana e desembarcaram no Brasil (22 de abril de 1500), na Ilha de Vera Cruz, que depois passou a chamar-se Terra de Santa Cruz. 
Outro nome pelo qual o Brasil foi chamado, à época, foi Terra dos Papagaios, em decorrência da quantidade de penosos desse tipo que havia aqui. 

➤ Ainda não se sabe o que houve com a nau de Vasco Ataíde (uma das 13 naus da expedição de Cabral), mas acredita-se que tenha naufragado durante uma tempestade.

➤ Os porões dos navios viviam infestados de ratos e baratas. A maioria dos tripulantes fazia suas necessidades ali mesmo! (eeeeeeeca!) Por isso, uma série de doenças acabava matando muita gente a bordo. A principal delas era o escorbuto, causada pela falta de vitamina C no organismo.

➤ O alimento básico eram 400 gramas de um biscoito duro e salgado, distribuído diariamente. O tal biscoito era descrito como “fedorento” e “podre das baratas”. (Gente, não leiam isso no horário de alguma refeição...).
Todos os tripulantes recebiam, também, a cada mês: 15 quilos de carne salgada, cebola, vinagre e azeite. Os capitães eram autorizados a transportar galinhas e ovelhas para completar sua alimentação.  Para beber, cada tripulante recebia 1,4 litro de vinho e 1,4 litro de água todos os dias. Armazenada em condições precárias, a água chegava a causar diarreias em muitos deles.
Ah! E o vinagre não era para temperar saladinhas, era utilizado na limpeza do porão! Que lugar legal, né? #sóquenão

➤ Alguns marujos gostavam de jogar cartas, mas era proibido! Se fossem apanhados em flagrante por algum frei, os baralhos eram confiscados e atirados ao mar. Assim, a principal diversão eram apresentações de teatro, sempre com temas religiosos.

➤ Estima-se que, quando os portugueses chegaram, aproximadamente, sete milhões de indígenas viviam no território brasileiro.
De acordo com os relatos, Cabral recebeu alguns índios em sua caravela. Logo de cara, os índios apontaram para objetos de prata e ouro. Este fato fez com que os portugueses pensassem que houvesse estes metais preciosos no Brasil. Poderia também indicar que os índios já tinham contato com outros povos e estavam iniciando comercio? Quem sabe...?
Neste contato os portugueses ofereceram água aos índios que tomaram e cuspiram, pois era água velha com gosto muito diferente da água pura e fresca que os índios tomavam. Os nativos também não quiseram vinho e comida oferecidos pelos portugueses. Imaginem porquê?
O resto da história? Bom, (in)felizmente já sabemos!

➤ Quando a expedição de Cabral partiu do Brasil, em 2 de maio de 1500, dois grumetes desertores - aprendiz de quem faz a limpeza e ajuda os marinheiros nos diferentes trabalhos. Normalmente, vinham de famílias pobres que moravam nos arredores de Lisboa - e dois degredados foram deixados no território com os nativos. ‘Degredados’ eram pessoas condenadas, que foram banidas do Reino de Portugal, sendo criminosos, políticos ou religiosos. 

➤ Em 1503, Cabral casou-se com D. Isabel de Castro, uma nobre mulher rica e descendente do rei D. Fernando I. O casal teve pelo menos 4 filhos: Fernão Álvares Cabral, Antônio Cabral, Catarina de Castro e Guiomar de Castro. Outras fontes dizem, também, que eles tiveram outras duas filhas: Isabel e Leonor e nas quais, juntamente com Guiomar, seguiram a vida religiosa.

➤ A causa da morte de Pedro Álvares Cabral não é muito certa. Sofrendo de febre recorrente e tremores, possivelmente resultado de malária, Cabral se retirou para Santarém, em 1509. Morreu em 1520, com um pouco mais de 50 anos.
Salve Cabral!

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sexta-feira, 21 de agosto de 2020

Cuidado, Ésquilo!

Uma das ironias da vida é quando se tem o que chamamos de "morte boba". Um delas e o nosso curtinho assunto de hoje: a morte de um dos maiores autores de tragédias da Grécia, Ésquilo. A ironia aqui é que esse acidente ficou marcada pelo cômico, ou seja, de tão trágico e inusitado, passou a ser engraçado! 

Ésquilo (foto do busto, ao lado) foi um escritor grego de 500 a.C. Muitos historiadores o consideram ele como o pai das tragédias gregas.

Um dia, passeando e apreciando a paisagem da cidade de Gela, na Sicília, o dramaturgo foi atingido por uma tartaruga (isso mesmo, uma TARTARUGA) vinda dos céus. 
As águias da ilha capturavam suas presas favoritas e as deixavam cair sobre as pedras para "quebrar" o casco.

Até aí, explicando assim, tudo bem, certo? 
A questão é que a ‘queda livre da tartaruga’ atingiu Ésquilo de forma fatal! Caiu mortinho da silva!

A justificativa mais provável era que a águia tivesse confundido a cabeça de Ésquilo – que era careca - com uma rocha e lançou a tartaruga.

Para o pai da tragédia, certamente, não teve graça!! 

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quarta-feira, 19 de agosto de 2020

Sigmund Freud: "Conte-me seus sonhos...!"

Sigmund Schlomo Freud dispensa apresentações. O pai da ‘psicanálise’ concebeu o termo em 1896, após passar 5 anos elaborando muitos dos conceitos que hoje são a base de suas teorias.

Pode-se dizer que era um visionário. Seu livro “A Interpretação dos Sonhos”, apesar de ter sido publicado em 1899, saiu com data de impressão de 1900, porque Freud queria que ele fosse associado ao início de um novo século.

Um entusiasta da hipnose, Freud achava melhor realizar o procedimento se os pacientes estivessem deitados. Quando começou a tratar casos com interpretação dos sonhos e o método de associação livre (pelos quais ficou muito conhecido) manteve o formato. É o conhecido ‘divã’ ou ‘prima-dona’.
A preferência logo foi adotada por outros psicanalistas, e nos anos 1940, já depois da morte de Freud, empresas começaram a fabricar sofás específicos para psicanálise, sem botões ou almofadas que pudessem distrair pacientes. 

Mas o quê poucos (ou não) sabem é que, em 1880, Freud (foto abaixo) conheceu uma droga até então pouca conhecida e, talvez por isso, ainda não-ilegal, muito usada por um médico alemão para animar tropas exaustas... Isso mesmo, é aquele pozinho branco chamado de cocaína.

Ele desenvolveu uma pesquisa sobre as propriedades e para tal, consumia ele mesmo pequenas doses da droga e depois anotava seus efeitos sobre a fome, o sono e o cansaço. 
Ao experimentá-la, o austríaco sentiu seu ânimo melhorar, e distribuiu doses para amigos e para a noiva. Chegou a receitar uma quantidade significativa do produto a um paciente, que acabou morrendo por overdose. 

Em 1884, chegou a escrever um artigo enaltecendo o que chamou de “substância mágica”. Quando foi publicado em algumas revistas médicas que o uso prolongado do entorpecente poderia causar delírio, acabou sendo acusado de propagar uma nova doença.

Assim, a droga começou a se popularizar e notícias sobre vício e mortes por overdose apareceram, ele parou de advogar em favor da cocaína - ato que admitimos, era o mais prudente a ser feito. Mas continuou a usá-la para enxaqueca, inflamação nasal e depressão até a metade de 1890. 

Sofrendo de fortes dores por causa do câncer terminal no palato – na qual passou por 33 cirurgias (!) –, Freud implorou ao amigo e médico, Max Schur, que o ajudasse a acabar com o sofrimento. 
Após receber a permissão da filha de Freud, Schur injetou, em média, três doses fortes de morfina.

Sigmund Freud morreu aos 83 anos, em 23 de setembro de 1939. 
Até hoje, a gente menciona ele, quando estamos diante uma pessoa que age de forma estranha e dizemos: "esse aí, nem Freud explica...!"

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segunda-feira, 17 de agosto de 2020

Não é a hora de perder a cabeça, Rainha Maria!

Quem disse que vida de realeza sempre é boa? Para algumas, não foi nada flores! Venham conhecer pequenas curiosidades de uma delas, a rainha da Escócia: Maria Stuart.

Com apenas seis dias de vida, após a morte de seu pai, Jaime V, Maria Stuart se tornou rainha da Escócia. 
Antes mesmo de saber o significado de palavras como "amor", "interesse" ou "casamento", a mão de Maria já estava prometida a herdeiros de outros reinos. 
Nem tinha completado cinco anos, exércitos já batalhavam em seu nome e milhares de guerreiros caíam em sua defesa. 
Após um casamento arranjado quando tinha 16 anos, a escocesa tornou-se nobre também na França.

Foi nessa idade que viu alcançar o poder aquela que seria uma espécie de antagonista em sua história: Elizabeth I, sua prima, que chega ao trono inglês por meios "polêmicos" (postagem de junho – ver aqui).

Os católicos achavam que Maria (foto abaixo) era a candidata perfeita para assumir o comando da Inglaterra e, Elizabeth (que era protestante), com receio, manteve a prima sob constante vigilância.

Daí, quase 20 anos após ser mantida praticamente como prisioneira, surgiu rumores de que a escocesa estava tramando derrubar a Rainha. Elizabeth, boba nem nada, condenou a prima à morte por decapitação, no dia 17 de novembro de 1558. 

Aviso: os próximos parágrafos contêm detalhes fortes! A execução ficou marcada como uma das mais horrendas já testemunhadas!

Dentre os métodos de execução mais “populares” no século 16, a decapitação provavelmente era a menos dolorosa. 
Mas não foi o caso da pobre Mary!

As descrições são sempre como: ‘a morte pelo machado é sempre uma carnificina vulgar e um susto medonho'!  Não duvido! Nem um pouco!!

Bom... Para começar, a coitada foi obrigada a se despir diante dos súditos que atenderam para assistir ao “espetáculo” e ficar apenas com suas roupas de baixo. Então, emocionada, uma de suas damas de companhia, usou um lenço para vendar a escocesa e a ajudou a se ajoelhar sobre uma almofada. 
Maria fez uma prece em latim e, em seguida, foi violentamente forçada a se apoiar no bloco onde seu pescoço seria cortado.

O problema é que Maria não teve tempo de posicionar seu queixo direito no cadafalso e, quando o carrasco baixou o machado, ele errou o alvo, acertou a parte de trás de sua cabeça e não conseguiu concluir a decapitação de forma “limpa”. A vítima permaneceu viva, ainda que severamente ferida. Ai, que horror!

O segundo golpe arrancou muito sangue que, para o horror de todos os presentes — que juraram ouvir os lamentos da escocesa — também não foi suficiente para terminar o serviço.

Somente a terceira machadada que o carrasco finalmente conseguiu decapitar Maria — e levantou sua cabeça ensanguentada para que todos pudessem ver. 

Só que o horror não termina aí... Há uma lenda – das bem fortes, inclusive – nas quais várias testemunhas deram conta de que a escocesa ficou irreconhecível após esse desastre de execução e que sua boca continuou se movendo durante vários minutos... Uma bobagem, já que um biógrafo de Maria descreveu: “O carrasco quis pegar a cabeça pelos cabelos para exibi-la, mas agarra apenas a peruca e a cabeça se desprende. Rola como uma bola sangrenta, batendo no chão de tábuas, coberta de sangue, e quando o carrasco a apanha de novo e a levanta – visão espectral –, veem uma mulher velha com cabelo bem curto e branco”.

Para completar o macabro acontecimento, quando foram remover o corpo de Maria, disseram descobrir que seu cãozinho de estimação estava escondido debaixo de suas camisolas e esteve presente durante todo o sofrimento da dona. Para piorar, quando o bichinho saiu de lá, ele se recusou a abandonar a dona e se deitou em uma poça de sangue entre a cabeça e o pescoço dela. Verdade ou outra lenda? De qualquer modo: que dó!

De acordo com os presentes, por um momento, o horror da carnificina paralisou os espectadores! Ninguém respirava... ninguém falava! Deve ter sido assustador...

Maria Stuart tinha 44 anos quando foi decapitada. A prática se tornaria comum contra membros da realeza dois séculos depois, durante a Revolução Francesa, só quem sem carrascos - a Guilhotina faria o serviço sujo em escala quase industrial... 

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sexta-feira, 14 de agosto de 2020

O primeiro "desapegado": Liev Tolstói!

Liev Nikoláievich Tolstói, considerado o ‘pai’ da novela (gênero "novel"), nasceu em 9 de setembro de 1828, em uma fazenda a 200 quilômetros de Moscou.
Entre suas obras mais conhecidas, estão os romances ‘Guerra e Paz’ (1869) e ‘Anna Karenina’(1877).

Segue abaixo, 5 curiosidades desse grande escritor:

1) Os Tolstoys eram uma família prestigiada pela nobreza da Rússia. Os pais de Liev (Conde Nikolai Ilyich Tolstoy e Condessa Mariya Tolstaya) morreram quando ele era jovem, o que levou ele e seus 4 irmãos a serem criados por parentes. 

2) Em 1844, Tolstoy começou a estudar direito e línguas orientais na Universidade de Kazan. Seus professores descreveram Liev como “incapaz e sem interesse pelo aprendizado”. Tolinhos...
Em 1851, depois de ter abandonado os estudos e ter acumulado muitas dívidas, Tolstói (foto abaixo) se alistou ao exército, na guarnição do Cáucaso. 
No período, a partir dessa experiência, escreveu ‘Infância’ (1852) (alcançou grande êxito) e a primeira parte de ‘Memórias’. 

3) Como várias personalidades, ele era adepto ao (de acordo com si próprio) “regras de crescimento pessoal”. Inspirado pelas 13 virtudes citadas por Benjamin Franklin, em sua autobiografia, Tolstói tinha uma lista de regras as quais aspirava seguir, entre elas: ir dormir às dez da noite e levantar as cinco, sem cochilar por mais de duas horas durante o dia; comer moderadamente e evitar doces; e limitar visitas a bordéis a duas por mês. 
Tolstói era um verdadeiro ‘coach’ da vida... hahaha... 

4) Em 23 de setembro de 1862, aos 34 anos, Tolstói casou-se com Sophia Andreevna Behrs, filha de um médico da corte.
Juntos, tiveram 13 filhos (uau, não tinha regra para procriar não, Tolstói?!), sendo que somente 8 deles chegaram à vida adulta. O casal teve uma relação complicada. 
Na véspera do casamento, ele a forçou a ler seu diário pessoal, no qual detalhava as inúmeras relações sexuais e negócios ilícitos. Os relatos incluíam o fato de ele ter tido um filho com uma de suas empregadas. Bastava ter contado o segredo, né?
Ainda assim, o casamento foi afortunado em partes e Sophia foi assistente pessoal, tendo rescrito o manuscrito de ‘Guerra e Paz’ oito vezes (!), até torná-lo legível (não nos espanta... ôh, livro grande!).
Ela atuou, também, como sua editora e gerente financeira, e isso tudo enquanto cuidava da casa e dos filhos. 

Depois de ler “O mundo como vontade e representação” de Arthur Schopenhauer, o escritor escolheu a pobreza e a negação formal da vontade, isto é, converteu-se à moral ascética: filosofia de vida, visando ao desenvolvimento espiritual, freando os prazeres mundanos e austeridade. (Com mais de 10 filhos e esposa para sustentar... Ai, ai...!)
Por conta de seu estilo de vida, ele rejeitou sua herança, incluindo os direitos autorais de suas obras.
O casamento foi se deteriorando à medida que as crenças de Liev se tornavam cada vez mais radicais. Sophia perdeu as estribeiras com Tolstói quando convidou seus discípulos espirituais para viver na propriedade da família e deixou de cuidar dos filhos e dos negócios.

5) Em 1910, renunciando ao estilo de vida aristocrático e irritado com o casamento, por conta das crises de ciúmes de sua esposa, ele fugiu de casa no meio do inverno.
A vida imita a arte: assim como a personagem principal de Anna Karenina, Tolstói morreu na estação de trem de Astapovo. Calma! Não darei ‘spoiler’ completo de como a personagem morre! Com Liev a causa foi diferente: ele chegou à estação um dia depois e até recebeu cuidados médicos, com injeções de morfina e cânfora, mas não resistiu. Liev Tolstói, aos 82 anos de idade, morria de pneumonia...

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quarta-feira, 12 de agosto de 2020

Arthur Schopenhauer: “Este mundo é um inferno para os animais e nós, humanos, seus demônios.”

Alguns eventos marcantes na vida de Arthur Schopenhauer (foto), filósofo alemão do século XIX, fizeram com que o jovem filósofo tivesse dificuldades para se relacionar com as pessoas e desenvolvesse uma personalidade um tanto quanto pessimista.



Isso levou o pensador a preencher esse vazio com animais de estimação. Schopenhauer elegeu os poodles como seus companheiros, sendo que a obsessão pelos cães começou na infância e o acompanhou até sua morte. 

Curiosamente, os bichinhos tinham sempre o mesmo nome: 
“Atma” é uma palavra hindu que significa “eu interior” ou “alma transcendental” e foi o nome escolhido para os cães, já que o filósofo acreditava que todos aqueles animais expressavam a grandeza de um só ser.

Bonitinho, né?

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segunda-feira, 10 de agosto de 2020

Friedrich Nietzsche: há sempre um pouco de razão na loucura!

Considerado até hoje um dos filósofos europeus mais importantes, Friedrich Nietzsche (foto abaixo) teria feito todos os seus trabalhos publicados de pé e, aqueles que não fez, censurou. 
Esquisito? Pois é.
O costume de escrever de pé também agradava nomes como Virginia Woolf e Lewis Carroll (este último na postagem de 11 de maio, veja aqui).

Friedrich Wilhelm Nietzsche, alemão, sofria com múltiplos problemas de saúde, coitado!
Na tentativa de aliviar suas terríveis dores de cabeça (coincidentemente, assim como Lewis Carroll), acabar com os vômitos persistentes e melhorar sua dolorosa digestão, o pensador usou uma série de medicamentos e experimentou diferentes dietas. 
A única coisa de que ele não abria mão eram as frutas, que os médicos suspeitavam ser justamente a causa de seus desconfortos digestivos. 
O problema não era o tipo de alimentação que Nietzsche levava, mas a impressionante quantidade de frutas que ele ingeria. 
Além de comprar frutas nas feiras locais, sabe-se que o filósofo recebia cestas cheias delas dos amigos que estavam em outros países. 
Depois de fazer seu desjejum com um bife, o filósofo chegava, em algumas ocasiões, a consumir quase 3 quilos (!) de frutas em um único dia. 
Há relatos que Nietzsche estudou biologia e tentava descobrir por conta própria uma maneira de minimizar os efeitos de sua doença, no entanto sem uma razão de existir.

Friedrich andava como que às cegas, tateando com as mãos ou com bengala. Isso era devido a miopia de 15 graus (!) que ele tinha.

Em 1879, seu estado de saúde teria o obrigado a deixar o cargo de professor, aos 34 anos, da Universidade de Basiléia, na Suíça. Sua voz, inaudível, afastava os alunos. Desde a aposentadoria precoce, Nietzsche teve uma vida de pobre cigano, arrastando de pensão em pensão, de quarto em quarto, em busca de um clima favorável tanto para sua saúde como para seu pensamento (cidades italianas, francesas e suíça).

Não há muitos relatos sobre o seu lado afetivo, mas, em 1882, dizem que ele se interessou – chegando ao nível de paixão – por uma jovem russa que vivia no Ocidente, Lou Salomé. Nietzsche, inutilmente, teria se entusiasmado por 8 meses... Até que Salomé casou-se, mais tarde, como o poeta Rainer Maria Rilke e se tornou discípula de Freud. Ficou na #friendzone

Em 1889, com 44 anos de idade, Nietzsche sofreu um colapso e uma perda completa de suas faculdades mentais, ou seja, teve uma ‘crise de loucura’! 
Conta a lenda que, em Turim, na Piazza Carlo Alberto, ao ver da sua janela um pobre cavalo ser brutalmente espancado pelo dono, o filósofo correu em socorro do animal. Após espantar o cocheiro aos berros, Nietzsche passou os braços ao redor do pescoço do cavalo e começou a chorar compulsivamente. O choro, porém, durou pouco. Acometido por um violento colapso, o pensador precisou ser carregado para seu quarto, onde permaneceu desacordado por alguns minutos. Quando voltou a si, não era mais o mesmo – pronunciava frases ininteligíveis, cantarolava, martelava o piano e soltava ruídos.
Ainda, ele encarnava alternativamente as figuras de Dionísio e Cristo, expressas em bizarras cartas, afundando, depois, em um silêncio quase completo até sua morte.
O que será que houve com esse homem?!

Estudos recentes se inclinam para um câncer no cérebro que, eventualmente, pode ter se desenvolvido por sífilis. 
Friedrich Nietzsche viveu seus últimos anos sob os cuidados de sua mãe e irmã, até falecer em 25 de agosto de 1900, sendo sepultado em Röcken Churchyard, na Alemanha.

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sábado, 8 de agosto de 2020

Agosto, mês do desgosto e do cachorro louco. Será?

Para a postagem de hoje, trazemos um convidado. Acompanhem o texto de nosso amigo Eduardo de Campos nos presenteou!

***

Nosso querido mês de agosto (do latim “augustus”) tem esse nome em homenagem ao imperador romano César Augusto, que reformou as estruturas do governo imperial e somou a ele vários outros territórios. Ele até pode também ter organizado grandes orgias, onde ninguém era de ninguém, como já soubemos aqui nesse mesmo blog sobre outros tantos imperadores tarados, sociopatas e pervertidos, mas também trabalhou muito pelo bem de Roma.

O fato é que, todo ano, chegando o pobre do agosto, somos quase que obrigados a já ouvir as lamentações e piadinhas nefastas sobre o oitavo mês do ano. Pessoas já prevendo que ele vai durar uns dois meses para passar ou que virá recheado de acontecimentos ruins ou tragédias mundiais, como tem acontecido desde sempre. A recente explosão do porto de Beirute é a novata da lista. Mas será isso mesmo? De onde as pessoas tiram esses argumentos? Coincidências e fatos marcantes não faltam. Mas por que essa crendice? 

Consta que já no século 1 os antigos romanos acreditavam que nessa época do ano um dragão cuspindo fogo aparecia nos céus durante a noite. Mas na verdade tratava-se apenas da constelação de Leão, que fica mais visível durante esse período do ano. Como não havia tantas luzes artificiais como hoje para despistar a nossa vista, o céu romano devia mesmo ser um espetáculo! E com a ingenuidade e pouco conhecimento da época, realmente assustador.

Muitos séculos depois, surgiu em Portugal (ora, pois!) a expressão “agosto é o mês do desgosto”, durante a época das grandes navegações e descobrimentos (ou invasões, ou saques, segundo alguns que hoje tentam desconstruir todos os fatos e personalidades da história). Como as caravelas costumavam partir para o Novo Mundo nesse período do ano, comentava-se que essa era a pior época para se casar (a expressão que começou a circular era “casar em agosto traz desgosto”), pois quem se enlaçava matrimonialmente acabava nem curtindo a lua de mel e as noivas corriam o sério risco de tornarem-se viúvas, antes mesmo de aproveitar ou serem “aproveitadas”. Afinal, não eram poucas as embarcações que naufragavam antes de chegar ao seu destino. Com um pouco mais de “sorte” e muito mais tesão encubado, o mar engolia os pobres marinheiros na volta de suas viagens, antes de retornar para os braços de suas amadas.

Há também quem chame agosto de “mês do cachorro louco”. A origem, talvez a ciência explique. Supostamente, agosto é o mês com a maior incidência de cadelas no cio, não se sabe se por conta do nosso clima. Sabe-se é que os cães machos ficam realmente loucos, uivando e brigando entre si, tentando chamar a atenção de sua presa no intuito de fazer uma verdadeira "cachorrada". Mas o resultado é a proliferação da raiva durante esse mês. Um cão infectado morde outro e transmite a doença, com os dois espumando pela boca e ganhando a fama de loucos. Por causa disso, convencionou-se criar campanhas de vacinação contra a raiva em todo mês de ... agosto!!!

Além disso, há também fatos marcantes nesse mês durante os séculos. Acontecimentos históricos e perdas de grandes personalidades contribuíram para fama agourenta de agosto. Vamos a algumas, por ordem cronológica:

1572 – Massacre de São Bartolomeu, na França, com mais de 30 mil protestantes mortos a mando de Catarina de Médici (será ancestral de nosso presidente general Emílio Garrastazu Médici?);

1909 – Morte de Euclides da Cunha, escritor e autor da obra Os Sertões, assassinado pelo amante de sua esposa;

1914 – França, Bélgica e Grã Bretanha declaram guerra à Alemanha;

1921 – Morte do tenor italiano Enrico Caruso;

1922 – Morte do inventor do telefone, o cientista britânico Alexander Graham Bell;

1926 – Nasce Fidel Castro;

1926 – Morte do galã italiano do cinema, Rodolfo Valentino;

1934 – Adolf Hitler torna-se líder na Alemanha;

1936 – Morte do poeta espanhol Frederico Garcia Lorca, assassinado durante a Guerra Civil Espanhola;

1940 – Assassinato do bolchevique Leon Trotsky, por encomenda de seu camarada Josef Stalin;

1945 – Genocídio covarde em Hiroshima e Nagazaki (Japão), com os norte-americanos lançando bombas nucleares sobre milhares de pessoas indefesas;

1949 – Nasce Fernando Collor de Melo;

1954 – Morte da escritora francesa Gabrielle Claudine Colette;

1954 – Morte por suicídio do então presidente Getúlio Vargas;

1955 – Morte da cantora e atriz luso-brasileira Carmem Miranda;

1956 – Morte do pintor americano Jackson Pollock;

1957 – Morte do ator e comediante americano Oliver Hardy (o Magro, que fazia dupla com... o Gordo);

1961 – Renúncia de mentirinha do presidente Jânio Quadros, que todo mundo levou a sério e ele teve mesmo que abandonar o Palácio do Planalto, sob a alegação de pressão por “forças ocultas”;

1961 – Início da construção do Muro de Berlim;

1962 – Morte da deusa do cinema, a atriz Marilyn Monroe;

1964 – Morre Ian Fleming, criador de Bond, James Bond;

1964 – Os Estados Unidos iniciam os primeiros bombardeios ao Vietnã;

1976 – Morte de Juscelino Kubitschek num acidente rodoviário, que durante anos foi considerada suspeita e encomendada pelo Governo Militar;

1977 - Morte do cantor e Rei do Rock, Elvis Presley;

1985 – O maior desastre aéreo da história com uma só aeronave, quando o vôo JAL 123 caiu no Monte Osutaka, no Japão, com 524 pessoas a bordo (somente 4 sobreviveram). Durante os últimos 30 minutos de vôo os passageiros sabiam que iriam morrer e escreveram bilhetes aos familiares, o que causou enorme comoção na época após a divulgação de alguns desses recados;

1987 – Morte do poeta Carlos Drummond de Andrade;

1989 – Morte do cantor Raul Seixas;

1977 – Morte da eterna Lady Di, Diana Spencer, perseguida por paparazzis e também considerada suspeita de complô da quadrilha, digo, família real inglesa;

2017 – Morte do eterno palhaço, o ator Jerry Lewis;

Gente... Gente morre todos os dias, todos os meses. Não há estatística que aponte agosto como digno de merecer esse terrível título de mês do agouro. Mas antigamente (não tanto assim), acreditava-se em muita "presepada" infundada. Aí veio a internet, com milhões de arquivos e possibilidades de informações diversas e verdadeiras, mas o povo começa a fazer memes, piadas, a reclamar que o tempo não passa, que o mês é looooooongo. Uai, esquecem que agosto é o mês de volta das férias de meio do ano? Claro que vamos sentí-lo como se fosse mesmo maior que os demais. Agosto é um mês simpático como muitos outros. A não ser que um meteoro resolva nos visitar, assim, meio sem avisar...

***

O 'Partículas da Curiosidade' agradece ao Eduardo pelo texto e pelo  apoio (sempre) ao blog!! Foi fantástico!

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sexta-feira, 7 de agosto de 2020

Nicolau Copérnico: Você é nosso Sol!

Em 19 de fevereiro de 1473, nascia Nicolau Copérnico, astrônomo polonês, que foi o primeiro formalizar o modelo da teoria heliocêntrica, isto é, a teoria (comprovadíssima!) de que a Terra girava em torno do Sol. “Como se estivesse em um trono real, o Sol governa a família de planetas que giram ao seu redor”, estabeleceu o astrônomo.  
Até este momento, era sustentada a teoria do geocentrismo (a Terra como centro) defendido pelo filósofo Aristóteles e pelo cientista Ptolomeu. 

Aos 10 anos, após a morte de seus pais, Copérnico e seus três irmãos passaram a viver com o tio materno, Lucas Watzenrode, um influente bispo polonês que ficou responsável por cuidar de seus estudos.
O detalhe é que, após se formar em 4(!) universidades, Copérnico trabalhou com o tio nas funções de secretário e médico.
Enquanto morava no castelo de Watzenrode, teve bastante tempo livre para continuar a fazer suas observações astronômicas. 

Assim como outros grandes nomes da sua época, Copérnico (foto ao lado) era um polímata (conhecimento em muitas ciências). Além de astrônomo e matemático, Nic foi administrador público, jurista, médico e também ocupou a função de cônego da Igreja Católica. 

Não foi apenas ele que exerceu função religiosa em sua família. Seu irmão, André, por exemplo, também foi cônego. Uma de suas irmãs, Bárbara, tornou-se priora de um convento de freiras. Deu para perceber que sua família tinha fortes laços coma igreja né?

Ele nunca teve filhos, mas foi o principal responsável pela criação de seus sobrinhos, filhos da 3ª irmã, que não seguiu a vida religiosa.

Copérnico resistiu à publicação da sua obra até seus últimos anos de vida: “Não estou tão apaixonado por minhas próprias opiniões para ignorar o que os outros podem pensar sobre elas”. 
O astrônomo sabia que sua teoria ainda não tinha a resposta para todas as críticas que poderiam surgir, algo que foi aprimorado futuramente por cientistas como Johannes Kepler (falamos sobre anteriormente, ver aqui), Galileu Galilei e Isaac Newton (ambos terão as suas curiosidades postadas ainda neste mês).
Copérnico só aceitou publicar seus manuscritos, De Revolutionibus Orbium Coelestium (Sobre as Revoluções das Esferas Celestes, em tradução livre), aos 68 anos de idade, com o apoio de Ge seu pupilo George Rheticus, professor da Universidade de Witterberg, na Alemanha. A obra só foi para o prelo em 1543.
No momento em que a livro veio a público, causou alvoroço! A obra chegou a ser condenado por Martinho Lutero (mentor da Reforma Protestante). E embora Nicolau tenha dedicado o livro ao papa Paulo III, ele permaneceu banido durante 3 séculos (!) pela Igreja Católica. Que coisa!!!
As ideias de Copérnico foram recebidas com ceticismo entre os astrônomos da época, que enxergaram falhas nelas... Ainda bem que as proposições, contribuíram para o aperfeiçoamento de teorias com Kepler e Galileu - colaboradores para o avanço do heliocentrismo, que hoje já é universalmente aceito (embora, alguma "malucos" neguem isso...!) 

O astrônomo estadunidense Edwin Hubble (esse mesmo - que foi homenageado com um telescópio!) era um dos maiores admiradores dele, a tão ponto de nomeando seu gato de ‘Nicolau Copérnico’!! Nicolau – o gato – era um companheiro fiel! A esposa de Hubble, Grace Burke o descreveu: “Quando Edwin trabalhava em sua mesa, Nicolau sempre espalhava as páginas e meu marido costumava dizer que ele estava ajudando na pesquisa”. (risos).

Em 2007 - 2008, pesquisadores poloneses e suecos encontraram o esqueleto de Nicolau Copérnico e recriaram seu rosto. Descobriram que ele possuía o nariz quebrado e torto e uma cicatriz acima dos olhos. Não se sabe a causa deles.

Copérnico morreu com 70 anos, devido um derrame cerebral, em Frombork, na Polônia, na mesma data de publicação da sua obra: 24 de maio de 1543. Que péssima coincidência!

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quarta-feira, 5 de agosto de 2020

Mundo Egípcio: você sabia?

Mitologias, sociedade, tradições, reinados... Tudo ligado ao Egito causa fascinação, não é mesmo?
Assim, destacamos algumas curiosidades sobre Egito que, talvez, você nem tenha ideia que se comenta por aí! Monte em seu camelo e embarque nessa aventura conosco!

➤ Diferente do que se pensavam, estudos mostram que as pirâmides do Egito foram construídas por trabalhadores pagos, e não por "escravos".


➤ Na época dos faraós, a moeda corrente no Egito era a cerveja. (Igual aos músicos independentes de hoje em dia... rsrsrsrs...)


➤ Os homens egípcios podiam tirar uma folga no trabalho para cuidar de suas esposas ou filhas menstruadas...


➤ Ao contrário do que aparentam nas representações, muitos faraós egípcios eram gordos, devido à constante comilança e a uma dieta rica em açúcar, pão e mel.


➤ Os egípcios tratavam a cegueira derramando olho de porco espremido no ouvido do paciente. (Eita!)


➤ O papiro egípcio Kahun também sugere que as fezes de crocodilo eram eficazes como anticoncepcional e abortivo. (Eita, duas vezes!)


➤ No Antigo Egito, gatos eram sagrados. Quem matasse um gato era punido com a morte e, em sinal de luto pelos seus bichanos, os egípcios depilavam as sobrancelhas.


➤ Os primeiros barcos a vela foram inventados no Egito.


➤ Há 2.200 anos, o egípcio Eratótenes estimou a circunferência da Terra usando apenas matemática, e seus resultados foram bem precisos. (E depois desse tempo todo, com acesso a tanta informação, existe terraplanista... affs!)


➤ A tradição da troca de alianças no casamento começou no Egito Antigo. Abaixo, um exemplo de alianças da época:


➤ Os antigos egípcios respeitavam os anões, que não eram vistos como "deficientes". 


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