segunda-feira, 8 de junho de 2020

Elizabeth I: a Rainha Virgem (ou será que não?)

Elizabeth I foi rainha da Inglaterra e da Irlanda, a última monarca da Dinastia Tudor, no século XVI. Filha de Henrique VIII (o famoso rei das 6 esposas, lembram?!) e de sua segunda esposa, Ana Bolena (decapitada por suposto "adultério"), Elizabeth ficou no trono por 45 anos. Caminhamos para as curiosidades:

➤ Elizabeth I se tornou rainha em 1558, aos 25 anos de idade.

➤ Pelo fato de sempre elogiar o pai, algumas pessoas acreditavam que ela não gostasse de sua mãe. No entanto, em seus retratos mais famosos, Liz está ostentando um colar com um pequeno pingente com a letra “B” (foto ao lado), inicial do sobrenome da família da mãe, Bolena. Ela era vista, por vezes, usando outro pingente com o retrato em miniatura de Ana. Além disso, a monarca promoveu seus parentes, por parte de mãe, para altos e importantes cargos no reino, o que mostra que sim, ela tinha consideração por ela.

➤ Sob seu reinado, a Inglaterra se tornou a maior potência econômica, política e cultural da Europa sendo, por isso, o período ficou conhecido como a “Era de Ouro” inglesa. Elizabeth I desenvolveu o comércio e a indústria, instituiu algumas leis trabalhistas e incentivou o renascimento das artes e da cultura, na quais surgiram escritores de renome como William Shakespeare, Christopher Marlowe e Ben Jonson.

➤ É conhecida como “A Rainha Virgem”, levantando o debate que ela fosse, de fato, uma mulher virgem, visto que nunca tivera filhos - e por isso, não deixou nenhum herdeiro para o trono real inglês, colocando fim da dinastia Tudor. No leito de morte, ela teria indicado como sucessor,  o filho de Mary Stuart (sua "inimiga política", mas também, a sua prima), James IV da Escócia, que se torna James I da Inglaterra.
Rumores sobre sua virgindade circulavam pelo reino, e reais ou não, as provas são inconclusivas. Diversas obras apontam alguns parceiros de Elizabeth I: Robert Dudley, Tomás Seymour, Robert Devereux - o Conde de Essex, e Francisco - Duque de Anjou. 
Vamos abrir um parêntese aqui (risos): Fofoqueiros, relatam que Dudley era seu amigo desde a infância e tudo indica que ela era muito apaixonada por ele. Essa amizade/paixonite durou por 30 anos, até a morte de Dudley. Já Francisco, era 22 anos mais novo (!) que a monarca e ela o apelidou de ‘sapo’. Por quê? Alguns dizem que era devido à sua pele viscosa ou por ela achar que ele não era "tão deformado" quanto foi levada a esperar que fosse. Parece que Liz tinha considerado seriamente o cortejo por algum tempo, e usava um brinco em formato de sapo que Francisco havia lhe enviado. Huuuum, safadinha!!!

Retomando... Elizabeth recebeu várias propostas de casamento: do Rei Filipe II, do Rei Érico XIV da Suécia, do arquiduque Carlos II da Áustria e finalmente, de Henrique, duque de Anjou (irmão de Francisco – ‘O sapo’). A falta de filhos, nesse tempo todo, dá conta de que ela seria estéril. 
De qualquer modo, apesar de ser cortejada várias vezes, Elizabeth relutou em escolher um marido e acabou não se casando, por combinação de motivos pessoais e políticos – poderia provocar instabilidade política ou até insurreições. Por fim, ficou registrado que ela era ‘casada com seu país’.

➤ Os católicos da Inglaterra eram ‘inimigos públicos número um’ de Elizabeth I. Com medo de sofrer um ataque das Cruzadas, ela baniu as missas e padres foram executados. Os católicos também eram proibidos de ocuparem cargos públicos no reino. 
Porém, apesar de ser protestante, Liz sempre utilizava um crucifixo no pescoço e limitava o papel dos sermões e palestras que ocorriam na corte, indo contra a crença protestante. 

➤ No verão, a rainha e sua maciça corte realizavam um longo retiro, que duravam dias a meses. Hospedavam-se em propriedades rurais e os anfitriões eram obrigados a suprirem as necessidades monárquicas. Para alguns cortesãos, o custo de uma visita real era simplesmente muito alto e poderia levar à falência.
O problema era que a rainha não viajava sozinha, estava sempre acompanhada por pessoas do conselho privado, servos, servos dos servos, cervejeiros, músicos, bobos da corte, médicos da monarquia, etc etc... Isso significava que o anfitrião tinha que ser o responsável pelas acomodações, alimentação e entretenimento para mais de 300 pessoas, sendo avisado, geralmente, apenas alguns dias de antecedência. 

Tem como ficar pior? Claro que sim! Se não houvesse alojamento suficiente na propriedade, edifícios temporários eram erguidos e celeiros eram convertidos em cômodos. Não esqueçam: tudo à custa do anfitrião, que também ficava incumbido de alimentar os cavalos da corte. Folgada? Sim ou com certeza?

Já é conhecido por todos que as refeições das monarcas sempre eram movidas por muita bebida e comida. De acordo com historiadores, a estadia de três dias da rainha Elizabeth na propriedade de Sir Thomas Egerton, em Harefield (1602), quase o quebrou. Suas despesas incluíram 24 lagostas, 624 galinhas, 48.000 tijolos e novos fornos para alimentar os presentes em uma grande festa. 
E esse "auto convite" de estadia na casa dos outros tinha mais absurdos. Se não bastaste tudo isso, os anfitriões ainda deveriam, também, dar presentes à rainha para agradecê-la pela honra de sua presença! Como é bom ser da realeza, não é mesmo?

➤ Elizabeth I tinha algumas qualidades: era uma das mulheres mais cultas da sua época. Era poliglota - falava fluentemente diversos idiomas: francês, latim, italiano, espanhol e outros.

➤ Porém, apesar de suas grandes conquistas, alguns historiadores costumam descrever a monarca como temperamental e indecisa. 

➤ Tinha o hábito de colocar apelidos nos outros, normalmente, apelidos maldosos. Lembram-se do “sapo”? Pois é, isso era comum. Ela chamava o seu primeiro ministro, Robert Cecil de algo semelhante à "pigmeu", por ser baixo e feio.  Mas se você recebesse um apelido, significava que ela gostava de você!

➤ Elizabeth, como vários monarcas, não era muito ‘higiênica’. Ela tomava 4 (!) banhos. Por semana? Por mês? Não, não... 4 banhos, por ano!!!!!! Eca!!

➤ Elizabeth (foto ao lado) se preocupava com a imagem (literalmente) que passava para seus súditos (fato confirmado nas próximas curiosidades). Ela sempre se vestia com roupas coloridas e usava maquiagem branca, enquanto suas criadas só poderiam usar vestes de cores brancas ou pretas. Até criou ‘leis’ para que seus súditos usassem específicas vestimentas e cores, seguindo o grau social.  
Uma delas foi uma lei para o uso de toucas de lã aos domingos para apoiar o mercado de lã inglês. Ela também baixou uma lei banindo o uso de capas sobre as roupas. A justificativa era que, caso alguém a atacasse, os guardas não se atrapalhariam para pegarem as suas espadas embainhadas, por conta delas. 
Roupas roxas, bordadas em ouro ou prata só poderiam ser usadas por barões, viscondes ou a nobreza mais eminente... Aff, é muita falta do quê fazer, né?!

➤ Liz contraiu varíola durante um dos piores surtos na Inglaterra, em 1562, quando ela tinha apenas 29 anos.
A varíola causava febre alta, vômitos, sangramentos excessivos e crostas cheias de pus que deixavam profundas cicatrizes na pele. Nesse período, a doença foi fatal para muitos de seus súditos ou causava efeitos duradouros, pelo menos na face. Maria Sidney, irmã de Lorde Robert Dudley, ficou desfigurada para sempre depois de se recuperar da doença. Ela havia pegado a doença ao cuidar da rainha, e se aposentou da corte por causa das cicatrizes e marcas escuras que adquiriu. Em gratidão, a Rainha Elizabeth passou a pagar a Maria uma pensão.
Elizabeth I não ficou desfigurada, tendo sobrevivido com poucas cicatrizes. Mas a rainha, para cobrir as cicatrizes e lhe dar a pele pálida e uma aparência jovem e virginal, aplicava uma maquiagem branca (que continha chumbo na composição e é metal altamente tóxico, mas na era Tudor, eles não tinham essa noção). Provavelmente, a maquiagem encurtou sua vida e fez seu cabelo cair, forçando-a a usar  pesadas perucas. A maquiagem e a peruca se tornariam parte de sua iconografia como ‘A Rainha Virgem’. Atraente, só que não!

➤ Para a rainha era fundamental manter, através de retratos, a imagem pública que representasse a grandeza de seu reinado e manter o mito da beleza juvenil da rainha. Perto do fim do seu reinado, Elizabeth divulgou uma espécie de “modelo de rosto”, que seus retratistas foram obrigados a aderir. De acordo com historiadores, seu secretário de Estado, Sir Robert Cecil, escreveu certa vez que “muitos pintores fizeram retratos da Rainha, mas nenhum mostrou suficientemente sua aparência ou seus encantos. Portanto, Sua Majestade ordena a todos os tipos de pessoas que parem de fazer retratos dela até que um pintor inteligente tenha terminado um que todos os outros pintores possam copiar. Sua Majestade, entretanto, proíbe a exibição de qualquer retrato que seja feio, até que seja melhorado”.
Os retratos da monarca mostram sua figura imponente, mas com o passar dos anos, a aparência se mostrava mais problemática: olhos fundos, rugas, pele marcada por varíola e cabelos finos. Com a idade, Elizabeth perdeu os cabelos, seus dentes apodreceram e seu semblante refletia as crises de depressão que a atormentavam.

➤ Durante o outono de 1602, a rainha entrou em uma severa depressão após uma série de mortes de seus amigos mais próximos. Em fevereiro do ano seguinte, o falecimento da Condessa de Nottingham, Catherine Carey (dama de companhia e prima), foi o motivo para que sua saúde piorasse cada vez mais, entrando em uma "melancolia assentada e irremovível". 

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Logo teremos mais curiosidades! Até a próxima

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