quarta-feira, 17 de junho de 2020

Carl Scheele, ‘O sem sorte’!

Pensem em uma pessoa dedicada aos estudos, mas que acabou sendo um baita de um ‘azarado’... 
Pois é um tipo destes que vamos contar sobre, hoje: o químico farmacêutico sueco-alemão Carl Wilhelm Scheele (foto abaixo).

Carl decidiu "praticar" química e aos 14 anos foi trabalhar com um farmacêutico. Ali teria uma grande variedade de produtos químicos à sua disposição e pode ficar horas e horas fazendo experimentos com todos... Assim começou seu ciclo de 'urucubaca'...
Um belo dia, ou melhor, certa noite, Carl fazia um teste com uma mistura particularmente volátil, que ocasionou uma explosão forte sacudindo todo o estabelecimento e derrubando parte do telhado. O empregador ficou furioso e, sem pestanejar, convidou Carl ‘a ir embora’.

Logo, ele encontrou outro mentor, Sr. C.M. Kjellström e a partir daí é que Carl iniciou seus primeiros contatos com o mundo acadêmico. 

Dois anos depois, em 1767, Scheele se mudou para Estocolmo e começou a trabalhar como farmacêutico.
Foi, então, a semente de uma carreira excepcionalmente infeliz. Ele fez muitas descobertas importantes, mas ou demorava anos para publicá-las, ou simplesmente não publicava todos os resultados ou publicava em periódicos científicos pouco divulgados. Nisso, não obteve nenhum reconhecimento e talvez seja essa a principal razão pelas quais seu nome é praticamente desconhecido.

No entanto, Carl estava muito à frente de seu tempo. Desvendou o processo de fabricação do fósforo, descobriu os elementos como oxigênio,  o nitrogênio, o bário,  o manganês e o tungstênio, dentre outros. Obteve resultados interessantes sem os avançados equipamentos de laboratório empregados por cientistas de renome - e  outro empecilho para ter seu prestígio alcançado pode ter sido, por vezes, não conclusão de seus estudos por falta de aparelhagens adequadas e disponíveis. E, muito do seu trabalho teve que ser ‘redescoberto’ por que não foi apreciado por seus contemporâneos de imediato.
O cara realmente era um "desprezado"...

Carl desvendou mais elementos e isolou mais compostos do que qualquer um de seus colegas, mas a única coisa que recebeu de crédito foi ter o seu nome em um veneno: Verde de Scheele. O composto, ao longo das décadas, matou inúmeras pessoas.
O Verde de Scheele é um pigmento verde-amarelado que era usado para tingir papéis de parede e cortinas de algodão e linho. Era usado, também na manufatura de alguns brinquedos. O pigmento é um composto do... arsênico! Nada se sabia sobre a toxidade do arsênico e o dito cujo estava presente em muitos produtos e até alimentos do cotidiano das pessoas levando milhares delas ao envenenamento gradual pelo seu consumo. 

Para piorar a ‘zica’, Carl - como a maioria de seus contemporâneos, - trabalhava sob condições difíceis. Ele tinha a mania de cheirar e provar qualquer nova substância em estudo e não pensava nas consequências graves que isso poderia acarretar. Na verdade, naquela época, ninguém se dava o trabalho de pensar nisso, afinal, como saberiam que tal substância é tóxica se não houvesse um "teste"? Infelizmente muitos cientistas foram as próprias cobaias de seus experimentos. Em nome da ciência, essa opção não era discutível. 
A exposição cumulativa ao arsênico, mercúrio, chumbo, ácido fluorídrico e outras substâncias desconhecidas (até a época dele) e perigosas, afetou sua saúde e ele desenvolveu graves problemas renais e uma doença de pele grave.

Carl Scheele morreu, aos 43 anos, em 21 de maio em 1786, em sua casa em Köping. Fontes afirmam sintomas referentes a envenenamento por mercúrio. 

Fraco e prevendo uma morte precoce, casou-se com a viúva (Sara Pohl) do antigo dono da farmácia que ele tinha comprado, dois dias antes de sua morte, para que ela ficasse com o título do estabelecimento e seus bens. #trágico

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