sexta-feira, 26 de junho de 2020

O nariz empinado de Tycho Brahe!

O dinamarquês, descente de uma família nobre, Tycho Brahe (foto abaixo), do século 16, foi um astrônomo observacional ainda da era que precedeu a invenção do telescópio; suas observações da posição das estrelas e dos planetas alcançaram uma precisão sem comparação para a época.
Tycho trabalhou com Johannes Kepler (já mencionamos algumas curiosidades dele, veja aqui) e esteve à serviço de Frederico II da Dinamarca e mais tarde, do Imperador Rodolfo II da Germânia.

Além disso, também foi um nobre conhecido por sua excêntrica vida e morte.
Iniciamos com uma história dramática, de antes do nascimento de Tycho, em 1546. Seu tio, Jorgen Brahe, membro da nobreza e sem filhos, pediu ao seu irmão que deixasse adotar seu sobrinho assim que ele nascesse. O pai de Tycho aceitou, mas acabou se arrependendo depois. Como resultado, o futuro astrônomo foi raptado, ainda bebê, pelo próprio tio.

Em 1556, quando era estudante, Tycho Brahe, de natureza briguenta, duelou com um nobre dinamarquês, Manderup Parsberg e acabou perdendo parte do nariz! Pelo resto de sua vida, ele passou a usar uma prótese que teria sido de ouro e prata. Mas, em 1901, sua tumba foi aberta e observou-se que o osso no crânio, na região do nariz, tinha cor esverdeada, sinal de exposição ao cobre. Alguns historiadores especularam que ele teria várias próteses para diferentes ocasiões, notando que uma de cobre poderia ser mais leve e confortável que uma de metais preciosos e que poderia ser usado cotidianamente.
A foto acima, com um nariz perfeitinho, é a amostra do photoshop da época, rsrsrs...

Além disso, ele era um bom festeiro e adorava farrear com os amigos. Tycho teve sua própria ilha para eventos homéricos e também convidava, frequentemente, seus colegas para aventuras em seu castelo.
Nas festas, ele gostava de mostrar um alce de estimação e um anão chamado “Jepp”, que ele mantinha como um “bobo da corte” e sentado debaixo da mesa, onde Brahe ocasionalmente lhe dava restos de comida. Que coisa, não?

Com o tempo, Tycho ganhou notoriedade com suas descobertas e passou a ser encarado como um discutível e misterioso sábio, graças ao seu temperamento dominador e turbulento. 
Porém, quando casou-se, abandonou a alquimia (outra prática que exercia) e as polêmicas; vendeu as propriedades que possuía e dedicou-se com seriedade quase exclusiva aos estudos astronômicos. Não que perdesse as características de uma personalidade difícil (dizem que discutia com seus ajudantes e com os burocratas, o tempo todo), mas já não permitia que isso o atrapalhasse ou interferisse no trabalho.

Ainda assim, por centenas de anos, a crença geral foi que a paixão por festas teria sido uma das causas de sua morte. Acreditam que, durante um banquete em Praga, Brahe recusou-se a deixar a mesa, quando precisava fazer o famigerado número um - o xixi - por que considerava uma violação da etiqueta.
Creem que sua bexiga não aguentou e explodiu (o povo fala! Fala mesmo!), mas é bem provável que ele tenha sofrido de uma infecção renal. Neste momento moribundo, ele teria pedido para escreverem em seu epitáfio a seguinte frase: “Viveu como um sábio, morreu como um tolo”.  Seria verdade ou mais uma lenda?

Bom... Sabe-se que ele morreu 11 dias depois do tal banquete, em 1601, aos 54 anos.
Análises posteriores sugeririam que Tycho morreu em virtude de envenenamento com mercúrio. Níveis do tóxico elemento foram encontrados desde a raiz até as pontas de seus cabelos.  
Contudo, as concentrações de mercúrio encontradas mostram que não seriam suficientes para provocar o envenenamento. Ele poderia ter ingerido medicamentos que continham impurezas não-intencionais de cloreto de mercúrio, já que ele era um alquimista e assim sendo, familiarizado com a toxidade dos diferentes compostos de mercúrio. 
As causas de sua morte são, portanto, inconclusivas. 

Por fim, antes de falecer, Tycho Brahe forneceu todos os dados de suas observações para Kepler e pediu à ele que as publicasse seu último trabalho, as ‘Tabelas Rudolfinas’, dedicadas ao Imperador. Consta, também, que teria dito a Kepler:

Ne frusta vixisse videar!
(Não me deixe parecer ter vivido em vão!)


E não foi!

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Logo teremos mais curiosidades! Até a próxima

2 comentários:

  1. Esse também era, digamos, exótico!!! HAHAHAHAHA

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  2. Eu queria encontrar uma foto dele com o nariz 'falso', mas não consegui, Vander!

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