Todos se lembram do romance de Umberto Eco, 'O nome da rosa', ambientado em um mosteiro medieval (foto abaixo), não é?
Relembrando: a narrativa gira em torno de um livro que 'envenena' quem o consulta: basta umedecer o dedo com a saliva para facilitar virar as páginas de um pergaminho e a tinta com que o texto foi escrito libera seus efeitos mortíferos no leitor. Isso, na ficção literária, claro!
Mas se engana aquele que se acha que isso está totalmente distante da realidade! Sim, a escrita pode matar!
Uma recentíssima pesquisa da Syddansk Universitet (Universidade do Sul da Dinamarca) publicada no Journal of Archaeological Science, demonstrou que muitos monges sepultados nos claustros da abadia cisterciense de Øm (na Dinamarca) teriam morrido em decorrência da exposição a elevada quantidade de mercúrio contido em uma das tintas que utilizavam para escrever e decorar os códices ornados, o vermelho.
Como isso era perigoso? Acompanhem conosco: Na prática, para manter apontada a pena, de vez em quando a lambiam, assimilando assim, por meio da saliva, o súlfur de mercúrio presente no cinabre, isto é, ao transferir para a página o belo vermelho vivo obtido com o mineral, não podiam suspeitar que estavam assinando, lentamente, sua própria condenação à morte.
Umberto Eco foi um escritor sagaz! Ele tomou uma licença poética perfeitamente possível (claro, sem a questão criminosa...) e fez dele uma narrativa excelente. (Por sinal, o livro - e o filme - são altamente recomendados!)
Se você costuma lamber o dedo para passar a página, é o momento de perder esse hábito! Pode haver alguma toxina ruim ali para ser o organismo (além de ser um pouco anti-higiênico também...)
Pronto! Agora me lasquei...
ResponderExcluirClaro que não, Vander! vc toma cuidado!!!
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