Uma série de cartas até então desconhecidas escritas por Alois Hitler, pai de Adolf Hitler, lança um olhar mais profundo sobre as origens familiares do ditador nazista. A correspondência serviu como base para um livro lançado nesta segunda-feira (22/02/2021) na Áustria: Hitlers Vater – Wie der Sohn zum Diktaror wurde (O pai de Hitler - como o filho virou ditador, em tradução livre). São 31 cartas que Alois Hitler escreveu ao construtor de estradas Josef Radlegger, após comprar sua fazenda em Hafeld, no norte da Áustria.
No livro, o historiador austríaco Roman Sandgruber argumenta que Alois desempenhou um papel-chave na formação psicológica do filho.
Em alguns dos diversos tópicos abordados através das cartas do pai do tirano genocida, o autor embasa a sua teoria de que Adolf Hitler já era um antissemita na juventude, contestando as alegações até então conhecidas de que o ódio de Hitler aos judeus surgiu depois que ele se mudou para Viena.
Quando jovem, Hitler se mudou para a cidade por volta de 1908, com o objetivo de se tornar um artista. Apesar de ter sido recusado na escola que pretendia frequentar, ele insistiu nisso por um tempo.
As últimas descobertas vão de encontro aos relatos de August Kubizek, amigo de Hitler na adolescência frequentemente citado por outros historiadores.
O livro revela que Alois Hitler - que morreu em 1903 - era um agente da alfândega austríaca, e seu trabalho exigia mudanças constantes de residência - a família Hitler teve 18 endereços diferentes. Descrito como um misto de autodidata, presunçoso e uma pessoa que se superestimava grosseiramente, essa situação familiar poderia ter sido grande influência na particular inclinação ao antissemitismo de Adolf Hitler.
Adolf - nascido em Braunau am Inn, na Áustria, em 1889 - devido as várias mudanças, mais tarde buscou esconder o fato de que a família já havia vivido em uma propriedade judaica em Urfahr, perto da cidade de Linz, às margens do rio Danúbio. As cartas também mostram que a mãe de Hitler, Klara, perto da morte em 1907, foi tratada por um médico judeu que mais tarde fugiu para os Estados Unidos.
Foi nesses recortes de sua biografia que ele já começava a nutrir desrespeito pelo povo judeu.
A única revolta significativa de Adolf Hitler contra seu pai, observa Sandgruber, foi a de rejeitar o desejo de Alois de que ele também seguisse uma carreira no serviço público. "Ele queria ser um artista livre e não seguir os passos de seu pai", escreve o autor.
Entretanto, é possível perceber nas cartas que tanto pai quanto filho também compartilhavam o desprezo pela autoridade e eram anticlericais, ainda que Adolf não tenha abandonado totalmente a Igreja Católica durante a sua vida adulta.
Como líder do partido nazista, Hitler emergiu como chanceler alemão em 1933, desencadeou a Segunda Guerra Mundial e promoveu o assassinato em massa de judeus e outras minorias. Este é um do capítulos mais tristes da História da Humanidade e sem dúvidas, da Alemanha unificada.
(Fonte base para o texto: artigo da DW - Cartas inéditas revelam influência do pai sobre Hitler)
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Interessante!!
ResponderExcluirverdade, Vander!
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