Há quem faz de sua ‘ignorância’ um ponto forte. O Imperador do Sacro Império Romano, Carlos Magno acaba por ser um destes exemplos.
Embora mal soubesse escrever, ele era amante das letras e das artes e conhecia bem, não apenas o latim (e o franco, sua língua materna), mas inclusive algumas palavras em grego. Aprendeu-as graças à proximidade de um círculo de doutos que ele mesmo reuniu na Academia (Schola) palatina de Aachen.
Curioso por natureza, Carlos (foto abaixo) solicitou à corte, além da prática das “clássicas” artes do trívio - gramática, retórica e dialética -, também o estudo das artes do quadrívio: música, matemática, geometria e astronomia, de que foi um grande apaixonado.
Situação nada fácil, pois havia a falta de livros e a insuficiência do sistema escolástico no final da Idade Antiga, como se pode imaginar...
Carlos remediou esse cenário insistindo na formação dos eclesiásticos e restaurando bibliotecas, criando em muitos mosteiros scriptoria (é o espaço onde os livros manuscritos eram produzidos) adequados para permitir que fossem copiados e transmitidos os textos antigos.
Foi elaborada também uma nova escrita, a “minúscula carolina” (tipo de caligrafia), tão simples e legível que se impôs como modelo, durante o Renascimento, para a invenção dos caracteres de impressão.
As iluminuras (livros pequenos com muitas ilustrações e detalhes em dourado) e relicários (recipientes decorados para guardar relíquias sagradas) também marcaram esse período.
Carlos Magno tinha como um dos seus principais objetivos alfabetizar o máximo número de pessoas possíveis. Ele tinha como opinião que uma pessoa não conseguia viver bem e agir como se não tivesse conhecimento das palavras e não soubesse usá-las bem na hora de se comunicar.
Uma verdadeira contradição, se considerarmos que a mão do imperador, empunhando o cálamo (planta usada para escrever), era totalmente 'atrapalhada' a ponto de precisar ser guiada para escrever sua própria assinatura por um normógrafo (instrumento auxiliar para desenho).
A assinatura era um monograma, ou seja, combinação letras, montadas na forma de cruz.
Estão vendo? Isso faz a gente repensar o conceito de "ignorância" não é mesmo?
Estão vendo? Isso faz a gente repensar o conceito de "ignorância" não é mesmo?
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Poxa... esse era dos bão!!
ResponderExcluirNão é, Vander?!
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