sexta-feira, 4 de setembro de 2020

Carlos Magno: Só não estuda quem não quer!

Há quem faz de sua ‘ignorância’ um ponto forte. O Imperador do Sacro Império Romano, Carlos Magno acaba por ser um destes exemplos. 

Embora mal soubesse escrever, ele era amante das letras e das artes e conhecia bem, não apenas o latim (e o franco, sua língua materna), mas inclusive algumas palavras em grego. Aprendeu-as graças à proximidade de um círculo de doutos que ele mesmo reuniu na Academia (Schola) palatina de Aachen.

Curioso por natureza, Carlos (foto abaixo) solicitou à corte, além da prática das “clássicas” artes do trívio - gramática, retórica e dialética -, também o estudo das artes do quadrívio: música, matemática, geometria e astronomia, de que foi um grande apaixonado.

Situação nada fácil, pois havia a falta de livros e a insuficiência do sistema escolástico no final da Idade Antiga, como se pode imaginar...

Carlos remediou esse cenário insistindo na formação dos eclesiásticos e restaurando bibliotecas, criando em muitos mosteiros scriptoria (é o espaço onde os livros manuscritos eram produzidos) adequados para permitir que fossem copiados e transmitidos os textos antigos. 

Foi elaborada também uma nova escrita, a “minúscula carolina” (tipo de caligrafia), tão simples e legível que se impôs como modelo, durante o Renascimento, para a invenção dos caracteres de impressão. 

As iluminuras (livros pequenos com muitas ilustrações e detalhes em dourado) e relicários (recipientes decorados para guardar relíquias sagradas) também marcaram esse período.

Carlos Magno tinha como um dos seus principais objetivos alfabetizar o máximo número de pessoas possíveis. Ele tinha como opinião que uma pessoa não conseguia viver bem e agir como se não tivesse conhecimento das palavras e não soubesse usá-las bem na hora de se comunicar. 

Uma verdadeira contradição, se considerarmos que a mão do imperador, empunhando o cálamo (planta usada para escrever), era totalmente 'atrapalhada' a ponto de precisar ser guiada para escrever sua própria assinatura por um normógrafo (instrumento auxiliar para desenho). 
A assinatura era um monograma, ou seja, combinação letras, montadas na forma de cruz.

Estão vendo? Isso faz a gente repensar o conceito de "ignorância" não é mesmo? 

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Logo teremos mais curiosidades! Até a próxima

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