sexta-feira, 17 de julho de 2020

Calígula: O imperador injustiçado?

Calígula, Imperador Romano  no período de 37 a 41 d.C.. Foi o terceiro imperador e membro da dinastia júlio-claudiana, conhecido pela sua natureza extravagante, cruel e pervertida. 

Seria mais uma das ‘vítima de difamações’, com as pessoas aumentando os relatos de suas excentricidades com o passar dos anos ou ele era realmente homem insano? É difícil separar a realidade da ficção forjada levando em conta a impopularidade do imperador entre as fontes contemporâneas.
Vejamos alguns pontos:

➤ Seu nome, na verdade, era Caio Júlio César Augusto Germânico, também conhecido como Caio César. Mas Calígula ficou conhecido pelo apelido — que significa “Botinhas” ou “botas pequenas” — que recebeu dos legionários a serviço de seu pai, que achavam graça de vê-lo ,quando ainda pequenino, vestido de militar e usando “cáligas” (foto abaixo), como eram chamadas as sandálias usadas pelos soldados. 
Ah! que fofo!!

➤ Dizem que Calígula era meio "esquisitão". Ele era alto, branquelo e, apesar de estar ficando calvo, tinha o corpo bastante peludo, o que o tornava alvo de muitas brincadeiras. Tanto que ele começou a punir com a morte qualquer um que falasse sobre cabras em sua presença... Oxi!

➤ Existe ainda a teoria de que Calígula possivelmente sofria de vários problemas de saúde, entre eles o hipertireoidismo, a epilepsia e a Doença de Wilson, uma doença hereditária que pode provocar instabilidade mental. Isso pode explicar muita coisa...

➤ Antes de se tornar imperador, Calígula acabou indo em um astrólogo chamado Thrasyllus que fez previsões nada agradáveis sobre ele. De acordo com o homem, o jovem não tinha chance de se tornar imperador da mesma forma que não podia cavalgar sobre o Golfo de Baiae. Revoltado com suas palavras, ele acabou alinhando diversos barcos  extensão para que pudesse passar sobre ele. Ele ficou andando sobre ele durante 2 dias só para provar que o homem estava errado. 
Persisteeeeeeeeente!

➤ Quando Imperador, as loucuras não diminuíram. Muito pelo contrário, só piorou. Na verdade, existem listas e mais listas de barbaridades atribuídas a Calígula: Ele teria começado a praticar o incesto com suas irmãs ainda na adolescência, inclusive publicamente. A sua favorita era Drusilla (espero que não seja pelo nome...). A moça acabou ficando grávida e Calígula, com medo do nascimento de um pequeno semideus, teria eviscerado a coitada para remover seu útero e o bebê. #cruzes Depois da morte da irmã, o Imperador a transformou em divindade. 

➤ Calígula se tornou incrivelmente paranoico e começou a exilar pessoas próximas a ele ou ordenar a morte delas. Ele inclusive ordenou a execução de seu primo e filho adotivo — sim, as coisas eram um pouco diferentes na Roma Antiga —, Tibério Gemelo, e começou a declarar para todo mundo que ele era um deus.
Cabeçudo!

➤ Cacá, para os íntimos, começou a aparecer em público vestido como várias divindades da época: Hércules, Mercúrio, Júpiter, Apolo e até se vestiu de Vênus, a deusa do amor.  Depois, mandou substituir as cabeças de deuses de vários templos por bustos seus.
O cara estava mesmo, embebido de poder!

➤ Dizem ainda que Calígula (foto abaixo) mandou construir uma ponte entre seu palácio e o templo de Júpiter — para que ele pudesse visitar a divindade com mais facilidade. Ainda conta-se que o Imperador costumava conversar com a Lua. (Não podia ser São Jorge o Dragão? ... Ah, é... Isso é outra história...)

➤ Sua obsessão por ouro e joias era tanta que suas vestimentas e decorações em suas paredes eram ‘recheadas’ delas. De acordo com relatos, ele costumava jogar inúmeras joias pelo chão só para que tivesse a chance de andar descalço sobre cada uma delas e se debruçar com toda a sua riqueza.


➤ Em tese, não sabemos da história, a metade! Segundo alguns relatos, Calígula desenvolveu vários métodos de tortura horripilantes e transformou as sessões em espetáculos públicos. Ademais, ele adorava mutilar seus prisioneiros ou jogá-los para serem devorados por leões famintos. Passatempo normal de imperadores romanos, certo?

➤ E as histórias a respeito de suas crueldades só aumentam... Diziam que ele curtia a ideia de devorar os testículos de seus inimigos e, para isso, mandava que suas vítimas fossem amarradas de cabeça para baixo, e as mantinha nessa posição enquanto arrancava o órgão pouco a pouco a ‘mordiscos’.  Que exagero! Mas vai que é verdade, né?

➤ Conta-se que certa vez, Calígula teria ordenado a morte de uma família inteira, mas, como a lei romana proibia que meninas virgens fossem executadas, ele primeiro obrigou a garota a assistir seus familiares serem torturados e mortos e, depois, fez com que o carrasco violentasse a coitada e enfim, mandou que ela fosse enforcada.
Nossa, parece até um episódio da Guerra dos Tronos...

➤ Historiadores (conhecidos também como fofoqueiros, hahahaha...) da época ou posterior, repetiam os relatos e ainda acrescentaram novas historias de demência à figura de Calígula. Alguns declararam que ele era um homem que tinha desejos sexuais peculiares. E, aparentemente, acabou gastando uma fortuna para construir dos palácios flutuantes destinados aos prazeres da carne. As embarcações ficavam no Lago Nemi e era coberto por ouro, que ia desde as estátuas até as taças. Além disso, as festas com orgias feitas por ele eram extravagantes e contavam com atrações inusitadas como as próprias irmãs e as esposas dos seus convidados.

➤ Provavelmente a história mais famosa é a que envolve 'Incitatus', o amado cavalo que Calígula teria tentado nomear como cônsul e sacerdote. 
Ele mandou construir um estábulo de mármore equipado com uma manjedoura de marfim e o animal teria vários serventes ao seu dispor — e era alimentado com grãos misturados com flocos de ouro.
De vez em quando os dois até comiam na mesma mesa. Sendo que, durante essas refeições, o cavalo chegava a ser servido com uma taça de vinho. Em certo momento, dizem que ele até obrigou uma multidão inteira a se calar depois de afirmar que o barulho que eles estavam fazendo incomodava o seu cavalo.
Isso que eu chamo de amor de pet!

➤ Por fim, o comportamento cada vez mais insano de Calígula teria acabado por despertar a ira do povo e, pior, a do Senado. Então, no ano de 41, quando ele tinha apenas 28 anos de idade (só isso?!), durante os Jogos Palatinos, um grupo de guardas o atacou, matando o jovem imperador com mais de 30(!) facadas. Além disso, sua esposa e filha também foram mortas. Violência gerando violência! As coisas fatalmente tendiam a isso na antiguidade...

A legitimidade das fontes sempre é questionável, principalmente na cultura política romana, quando se tratava de maus governantes.  Muitos pesquisadores apontam que a maioria dos relatos mais horripilantes surgiu muito tempo depois da morte do romano - como é o caso da prática de incesto com suas irmãs - ato descrito pela primeira vez por Suetônio, um historiador ‘fofoquito’, 80 anos (!!!!) após Calígula ter sido assassinado.
Sobre seu comportamento, na qual Calígula aterrorizava Roma com sua ‘doidice’ - ordenando execuções públicas a torto e direito, falando com a Lua ou nomeando seu cavalo para um cargo público — acreditam, também, ter sido recortes totalmente exagerados.

Ficam aí as apostas: conspiração? Ou não?

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Comentem com sugestões, criticas e apoio! 
Logo teremos mais curiosidades! Até a próxima

2 comentários:

  1. Respostas
    1. Parece que 'os parafusos soltos' era pré-requisito para ser Imperador, não é mesmo, Vander?!

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