sexta-feira, 31 de julho de 2020

Vikings 'chapadões'?!?

Um estudo realizado pelo etnobotânico Karsten Fatur, da Universidade de Ljubljana da Eslovênia, e publicado em 15 de novembro de 2019 no Journal of Ethnopharmacology, trás informações novas sobre os guerreiros do norte da Europa, vindos da região da Escandinávia, sobretudo. Estão sentados? Pois acompanhem! Esse estudo supõe que os tradicionais transes dos guerreiros vikings berserkers (foto ao acima) eram autoinduzidos pelo uso de uma espécie de cogumelo venenoso com propriedades alucinógenas e afirma também que este estado era causado pelo uso de uma planta chamada henbane (Hyoscyamus niger).

Vikings berserkers eram os guerreiros nórdicos ferozes, originados da Germânia, que juraram fidelidade ao deus Odin e que despertavam uma fúria incontrolável antes de qualquer batalha. A explicação para esse estado de frenesi então foi dado pelo uso do 'cogumelito' alucinógeno. Quem diria, hein?

Estudos anteriores sugerem que o cogumelo Amanita muscaria - esse simpático ser da foto ao lado - foi usado pelos nórdicos para se tornarem ainda raivosos e perigosos em batalha. Berrando ensandecidos, causariam mais medo no oponente. 

Sabe-se ainda que na Sibéria esse cogumelo era seco e consumido durante rituais religiosos para alcançar um estado psicoativo. 
No entanto, etnobotânico do estudo supracitado acredita que o henbane (foto abaixo), também conhecido como meimendro, seria um candidato mais provável que fosse usado pelos vikings.

Esta planta, que se originou no Mediterrâneo, mas se espalhou para o norte da Escandinávia, era bem conhecida na Idade Média por ter efeitos entorpecentes, sendo adicionada até às cervejas medievais, tanto que as autoridades proibiram essa prática em 1507. Poderia ser uma razão por estarem tão destemidos em batalha. 

Fatur observou achados arqueológicos da Escandinávia que mostram o henbane sendo usado durante a Era Viking. Isso inclui o túmulo de uma mulher da Dinamarca (de por volta do ano 980) que inclui uma bolsa de sementes de meimendro com roupas, joias e outros bens que sugerem que ela era uma espécie de sacerdotisa ou xamã. 

O artigo oferece uma análise do por que o henbane teria sido mais provável que os cogumelos (Amanita muscaria): “Como discutido anteriormente, ambas as substâncias podem causar aumentos de força, nível alterado de consciência, comportamento selvagem/delirante, espasmos e vermelhidão da face, os quais foram associados aos vikings. O que faz do Hyoscyamus niger uma causa teórica mais convincente do estado de berserker, no entanto, são os sintomas adicionais que não são comumente vistos em intoxicações envolvendo Amanita muscaria. Além dos sintomas anteriores, os alcalóides do H. niger também têm efeitos de eliminar a dor, o que pode ser responsável por alguns dos relatos da suposta invulnerabilidade dos berserkers nórdicos”. 

O pesquisador também observa alguns outros efeitos que podem ter sido causados pelo consumo de henbane, o que foi detalhado em estudos sobre casos modernos do uso da planta. Isso inclui a incapacidade de reconhecer rostos (foi dito que os berserkers não eram capazes de distinguir amigos e inimigos na batalha), a remoção de roupas e a perda de pressão arterial, o que pode explicar por que os berserkers não perdiam muito sangue quando atingidos por lâminas. 

Existem alguns aspectos do comportamento do berserker que não podem ser explicados usando o henbane, a saber, por exemplo: o bater dos dentes e a mordida nos escudos. 
Fatur espera que pesquisas futuras tragam mais insights sobre estes tópicos, mas já dá para imaginar que eles estariam era doidões mesmo!

(Fonte: Megacurioso)


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