sexta-feira, 3 de julho de 2020

Lord Byron: o controverso!

Uma das figuras mais controversas do Reino Unido, o satírico George Gordon Noel Byron, ou simplesmente Lord Byron, entrou para a história da literatura no século 19, depois de escrever vários poemas, entre eles os seus dois poemas mais importantes – os longos ‘Don Juan’ e ‘Childe Harold’s Pilgrimage’ (Peregrinação de Childe Harold). 
A verdade é que Byron é até hoje uma figura enigmática da literatura inglesa. Por mais que estudem ou escrevem a seu respeito, persistirá a contestação. Vamos aos fatos (ou mitos) de Lord Byron!

➤ Lord Byron nasceu em Dover (outra fontes afirmam que foi em Londres), no Reino Unido, em 22 de janeiro de 1788 e tinha um defeito no pé direito, por isso mancava quando andava. 

➤ O pequeno Byron não pôde conhecer muito bem o pai, pois ele morreu de tanto beber quando o garoto tinha apenas três anos. Seu pai, John Byron era um soldado violento e que acumulava monstruosas dívidas, na qual, dentre outras situações, rendeu-lhe o apelido de “Jack Louco”. 
Sua mãe, Catherine, tinha mudança de humor e crises melancólicas, fazendo com que descontasse sua ira/infelicidade em seu filho: certa vez, ela tentou surrá-lo até a morte com um par de tenazes de lareira.  Eita!
Além disso, ela também teria o hábito de beber (embora, alguns biógrafos descartem o alcoolismo), Byron zombava dela, chamando-a de “baixinha e gorda” (e parece que era mesmo!) e ela retrucava chamando-o de “pirralho manco”, tornando difícil sua educação. Que "meiguice", hã?! 

➤ Ainda pior, existem relatos que a governanta de Byron, May Gray, o molestou quando ele tinha a idade de nove anos. 

➤ Talvez a única coisa boa que tenha acontecido na infância de George foi ter herdado a fortuna de seu tio, juntamente com o título: Barão Byron de Rochedale. Dali em diante, George Gordon passou a ser conhecido como "Lord Byron".

➤ Quando cresceu ele se tornou um homem extremamente atraente (foto ao lado). Exceto pelo defeito no pé, a única "imperfeição" de Byron era uma tendência a engordar. Num padrão típico do século XIX, ele superou essa predisposição passando fome e ingerido copiosas quantidades de laxante.
Não façam isso, pessoal!!

➤ À época, muita gente acreditava que Byron era um escritor que usava a literatura simplesmente para transmitir o seu cínico desprezo pela humanidade.
Ele repudiava os excessos nos jantares da burguesia britânica, principalmente os alimentos de origem animal. No entanto, Lord Byron nem sempre foi vegetariano. Inclusive houve um período em que ele chegou a discutir com o também poeta Percy Shelley, (marido da escritora Mary Wollstonecraft Shelley - a autora do Frankenstein), sobre seus descontentamentos em relação ao vegetarianismo. Porém, mais tarde admitiu em carta à sua mãe que estava determinado a se livrar completamente dos alimentos de origem animal, uma decisão que pode ter sido influenciada por Percy. Segundo o poeta britânico, se abster de consumir carne iria proporcionar-lhe percepções mais claras, um novo entendimento da vida e do mundo. 

➤ Tomada a decisão, Byron - que até então era considerado tão volátil como ser humano quanto artista - adotou, em certo período, um estilo de vida surpreendentemente frugal, com uma alimentação baseada em água e biscoitos caseiros, preparados a seu gosto.
Das bebidas alcoólicas, apenas o vinho branco ainda o acompanhava. 
Em 1818, hospedou Percy e Mary Shelley em sua casa com ares de castelo, na Vila Diodati, nas imediações do Lago de Genebra, na Suíça.  Exatamente num período chuvoso que Mary escreveu o esboço de Frankenstein, a dieta de Lord Byron já era baseada em uma fatia fina de pão com chá no café da manhã; vegetais e uma ou duas garrafas de água com gás no jantar; e uma xícara de chá verde sem açúcar na ceia. Ao sentir fome, ocasionalmente ele mastigava tabaco ou fumava charutos. 
Há pesquisadores que creem que o vegetarianismo de Lord Byron era estimulado simplesmente por distúrbios alimentares (estava na cara!). Outros alegam que o vegetarianismo do poeta também foi inspirado no filósofo e matemático grego Pitágoras, que também era adepto do costume alimentar.

➤ O mais intrigante é que, dizem, o poeta John Polidori escreveu uma obra prosaica chamada 'The Vampyre', inspirada em alguns dias que ele conviveu com Byron e o casal Shelley na Suíça. E mais tarde, a história de Polidori inspirou Bram Stoker a escrever 'Drácula'. Muita gente crê que Drácula é um personagem baseado em pesquisas sobre o conde Vlad Tepes, mas tudo indica que o início de tudo foi a inspiração que veio a partir de Byron e o momento em que Polidori escreveu O Vampiro! Conta-se que Byron não gostava de claridade e, na sua casa da Suíça, estava sempre nos cômodos escuros. 
Vai saber se isso era verdade...!

➤ Ainda hoje sua imagem quase sempre é associada a orgias, relacionamentos carnais com centenas de mulheres e muitos relatos envolvendo bebedeiras. Herança genética, talvez? 
Byron era o ‘Don Juan’ (desculpem o trocadinho com sua obra mais famosa) de sua época, e dizem que chegou a levar 250 mulheres para a cama em Veneza, em apenas um ano. 
Sua longa lista de amantes incluía Lady Caroline Lamb (que admiravelmente o descreveu como “louco, maldoso e perigoso de se conhecer”), sua prima Anne Isabella Milbanke (que se tornou Lady Byron em 1815) e, segundo relatos, a própria meio-irmã, Augusta Leigh (numa denúncia realizada pela amante vingativa rejeitada – Lady Caroline Lamb, esposa do primeiro ministro William Lamb). Muitos acadêmicos atualmente sustentam que a filha de Augusta, Mendora, era na verdade o fruto do seu caso com Byron, tornando-o, por assim dizer, uma figura muito mais complexa do que pensávamos...
Tampouco ele restringia suas experiências sexuais com pessoas do sexo feminino. Byron tivera numerosos casos homossexuais, especialmente com garotos menores de idade.
Como consequências, Byron se tornou o libertino mais festejado da Europa e suas realizações poéticas jamais acumularam tanta atenção quanto os rumores desenfreados que espalhavam a seu respeito. 
E uma delas - por estranho que seja - boa parte dos boatos envolvia Byron bebendo vinho no crânio de uma antiga amante... #macabro

➤ Nos tempos anteriores à fotografia, Byron tinha uma maneira incomum de guardar lembranças das suas ex-amantes. Guardava fragmentos de pelos púbicos das antigas amantes em envelopes, anotando em cada um deles o nome da mulher imortalizada no interior. Até a década de 1980, os envelopes e seus encaracolados conteúdos (risos) permaneciam em um arquivo na editora de Byron, em Londres. Depois disso, não se tem mais notícias do seu paradeiro dos fios íntimos. (Alguém achou nojento e jogaram fora, querem apostar?)

➤ Além das mulheres casadas e dos jovens rapazes, Byron adorava animais!
Sua exótica coleção incluía cavalos, gansos, um texugo, uma raposa, um papagaio, uma águia, um corvo, uma garça, um falcão, um crocodilo (oi?), cinco pavões, duas galinhas-de-angola e uma garça-azul egípcia (esse último, achei chiquérrimo!) 
Quando estudante em Cambridge, Byron manteve um filhote de urso em seu alojamento, como um atrevido protesto contra as regras da Universidade que proibiam cães nos dormitórios. Em uma de suas cartas, ele chegou ao ponto de sugerir que o seu companheiro urso se “candidatasse a uma bolsa de estudos”. E você aí rindo da galera que faz festa de aniversário para cachorro, hein? (risos)
Mas calma, que Byron também tinha animais mais convencionais. Costumava viajar levando cinco gatos, sendo que um deles se chamava Beppo (inclusive homenageado com um poema homônimo). Outro de seus amigos inseparáveis era Boastwain, um cão da raça newfoundland. Quando seu companheiro canino faleceu (de hidrofobia), Byron erigiu um monumento no túmulo da família (que é maior do que o próprio monumento a Byron) e eternizou a imagem de Boastwain em verso - que o inspirou a conceber 'Epitaph to a Dogem' de 1808.

➤ Como já vimos em outros casos, as lendas tendiam a superar a realidade... Ele partiu para a Grécia e para um encontro com o destino, auxiliando o movimento de independência grego a expulsar os turcos otomanos. Apesar de uma absoluta falta de experiência militar, Byron ajudou no treinamento de tropas e forneceu o dinheiro necessário para as forças rebeldes. Até hoje ele é considerado um herói nacional da Grécia.
Porém, Lord Byron contraiu febre reumática na ocasião (provavelmente por conta de malária) e morreu com apenas 36 anos, em 19 de abril de 1824.
Sua morte foi resultado de uma das mais mal orientadas técnicas médicas do século XI: sangrou, literalmente até a morte, pelos médicos! Eles fixaram doze sanguessugas nas têmporas de Byron numa tentativa de “extrair” a causa da temperatura elevada. Também o fizeram ingerir óleo de rícino pra induzir a diarreia, outra prática comum na época e que hoje é considerada insana pelas autoridades médicas e não é para menos! Ao todo, a brigada de sanguessugas extraiu quase meio litro de sangue de um homem já debilitado pela febre.  Menos de vinte e quatro horas depois, estava morto.
Dado a sua alimentação fraca, não é de surpreender que ele tenha sofrido dessa forma.

➤ Byron havia desejado ser enterrado no Poet’s Corner da Abadia de Westminster, mas um diácono não permitiu, alegando que era devido a sua má-fama. Em vez disso, Byron encontrou seu último descanso no túmulo da família em Hucknall Tockard.
Esse "descanso" foi perturbado em junho de 1938, quando numa mórbida experiência conduzida por motivos que ainda permanecem obscuros, 40 pessoas se juntaram em volta da sua tumba recém-aberta, querendo dar “uma espiada” no corpo do poeta. (Góticos doidos? Sim ou com certeza?). Quando a tampa do caixão finalmente foi erguida, somente três almas corajosas ali permaneceram. Um desses 'sem respeito' algum, descreveu o cadáver de Byron como “em excelente estado de preservação”. Exceto pela ausência do coração e do cérebro (que foram removidos durante a necropsia) e de um pé direito separado, Byron parecia muito bem para um sujeito que estivera se decompondo havia mais de 114 anos. Uma outra testemunha salientou que o “órgão sexual demostrava um desenvolvimento bastante anormal”, em termos de comprimento e diâmetro. Que raios de comentário! 
Bem-dotado até mesmo na morte, aparentemente Byron riu por último diante os seus "exumadores". No dia seguinte o túmulo foi lacrado e, finalmente, o deixaram descansar em paz.

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Logo teremos mais curiosidades! Até a próxima

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